FT-CI

2° dia de greve dos metroviários de São Paulo

Com apoio da população e fortalecimento dos piquetes é possível vencer!

06/06/2014

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Diante da intransigência do governador Geraldo Alckmin e do Secretário dos Transportes Jurandir Fernandes mais de mil metroviários ontem reunidos em assembleia decidiram por unanimidade continuar a greve pelo atendimento de suas reivindicações. Para fortalecer a greve decidiram organizar piquetes efetivos nas estações de modo a impedir o precário e inseguro “plano de contingencia” da patronal e garantir o pleno exercício do direito de greve. Como propôs o delegado sindical Felipe Guarnieira da estacao Santa Cruz e militante do Metroviarios pela Base “Cada área aqui tem que discutir quantos companheiros vãopara os piquetes! Porque Ana Rosa não vai funcionar! E se a gente conseguir fazer mais estação não funcionar melhor! O problema é que com uma greve tão forte não podemos deixar tantas estações funcionando. Os metroviários tem que se unir com outras categorias. Os metroviários tem que se unir com os trabalhadores da USP! E pra isso o Metrô de São Paulo tem que estar parado. E para estar parado SL, chefe e diretor não vai entrar! Proposta concreta: ANA ROSA AMANHÃ NÃO FUNCIONA!”[ver vídeo http://youtu.be/t6hgrTMqdWg].

Essa votação foi implementada hoje com dezenas de metroviários das estações, operadores de trem, seguranças e da manutenção que garantiram essa resolução da assembléia que foi brutalmente reprimida pela Polícia Militar a mando do governador Alckmim e da direção da empresa. [veja repercussão na internet]

Diante desta repressão Guarnieri declarou que “Se demonstrou, como propusemos na assembleia de ontem, que para nossa greve avançar é fundamental deixar de lado a estratégia de conciliar e negociar com os supervisores de linha, supervisores gerais e gerentes o que permitia a entrada de funcionários para manter alguns serviços. Foi fundamental esse piquete para a continuidade da greve num momento em que o governo recrudesce sua intransigência e repressão. A polícia chegou a prender um metroviário, o companheiro Pedro Melo delegado sindical da estação Luz e militante da agrupação Metroviários pela Base, por isso ficamos na delegacia por horas até a liberação do companheiro [veja vídeo]. Para os próximos dias teremos que organizar piquetes para impedir as medidas anti-greve, avançando inclusive para se necessário os metroviarios imporem como uma medida de força a liberação das catracas independente de autorização ou não da justiça e sem corte de ponto.”

Marilia Rocha, operadora de trem e delegada sindical da Linha Vermelha que esteve hoje no piquete na estação Tatuapé e Bresser disse que “Na Zona Leste a repressão do governo também foi forte. Ao mesmo tempo as pesquisas indicam que mais de 77% da população apóia nossa greve. Pude ver isso quando depois de termos bloqueado por um tempo o plano de contingência entramos nos vagões e falamos para a população explicando os motivos da greve e a insegurança do plano de contingência e desmascaramos o governo que coloca como um terror e uma “crueldade” a greve dos metroviários enquanto submete a população ã humilhação cotidiana com a superlotação e as altas tarifas. Recebemos aplausos nos trens e usuários participavam de nossas reuniões demonstrando a possibilidade real de uma aliança entre metroviários e usuários”.

Guarnieri finalizou dizendo que “Diante das ameaças do secretário que espera decisão da Justiça do Trabalho que lhe permita iniciar demissões e retaliações contra os grevistas e da intransigência de não atender as reivindicações [que além do índice salarial contém periculosidade para os trabalhadores das estações, plano de saúde para os aposentados, plano de carreira para manutenção e segurança, jornada de 36 horas e participação igualitária nos resultados] na assembléia de hoje devemos votar pela continuidade da greve e preparar piquetes e novas ações para garantir que essa greve que já e histórica realmente nos garanta conquistas ã altura desta forte luta e consolide a aliança com a população numa grande luta para dar uma saída pra crise dos transportes que passa pela imediata redução da tarifa e pela estatização do transporte sob controle dos trabalhadores e usuários, para o qual nós do Metroviários Pela Base viemos propondo para a diretoria do Sindicato dos Metroviários a necessidade de chamar os rodoviários e os ferroviários para unificar as lutas por nossas demandas e para uma saída para a crise do transporte, que motivou as grandes jornadas de junho do ano passado. Sabemos que para a vitória dessa greve que enfrenta esse governo antipopular e corrupto necessitamos cada vez mais do apoio da população mas principalmente da união e coordenação dos trabalhadores e da juventude”.

Nesse sentido chamamos a Conlutas que se reunirá nesse fim de semana a concentrar seus esforços no apoio a greve dos metroviários assim como lançar um chamado ás demais centrais sindicais exigindo medidas concretas de solidariedade e a preparação de uma paralisação nacional pelas reivindicações de todos os trabalhadores retomando as demandas das jornadas de junho. Esse chamado já foi feito pelo Comando de Greve dos trabalhadores da USP mas até o momento segue sem respostas. É necessário avançar nesse rumo denunciando os bilhões gastos com a Copa do Mundo enquanto a população vive sob condições miseráveis de serviços públicos. Viva a greve dos metroviários! Basta de repressão! Nenhuma retaliação ou demissão!

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