FT-CI

Chile

A crise do governo se aprofunda

25/08/2011

As pesquisas vêm mostrando o baixo apoio a Piñera e seu governo. A última pesquisa do CEP (Centro de Estudos Públicos) mostrou um apoio de apenas 26% e um rechaço de 53%. O mesmo acontece com os partidos do regime : a direita tem um apoio de apenas 24% e a Concertación de 17%.

Essa crise favorece a manutenção e fortalecimento das justas mobilizações, que por sua vez aprofundam a crise do governo e dos partidos patronais da direita e da Concertación. A democracia para os ricos da Concertación, da direita e do governo cai nas pesquisas e é confrontada nas ruas. E como o responde o governo ? Como responde a oposição patronal da Concertación ? Como devemos segui-la ?

Da mobilização pela educação ao questionamento da democracia para os ricos da Concertación e da direita

A última mobilização de 4 de agosto, que o governo buscou impedir com medidas da ditadura, como proibir o direito democrático elementar de manifestar-se publicamente, ampliou essa crise : a repressão do governo foi desafiada pelos estudantes e vizinhos mobilizados levantaram barricadas em mais de 10 bairros e em várias outras cidades do país, os panelaços contra a repressão se fizeram sentir em todos os bairros de Santiago, de classe alta, média e baixa. Uma mobilização pelo direito ã educação se transformou nessa jornada de luta e em uma manifestação contra o regime da Concertación e da direita.

Aonde vai, Piñera é repudiado : foi assim no sul do país no ano do terremoto. Foi assim no início dessas mobilizações na inauguração do metrô em Santiago, de um hospital em Chillán. É assim hoje quando celebra em Copiapó um ano do resgate dos mineiros. Seus ministros também foram repudiados em distintos atos públicos. A Concertación também é repudiada, vaiada quando se soma aos atos da esquerda e dos trabalhadores.

A luta do movimento estudantil, ainda deve conquistar suas demandas, como a educação gratuita, a co-administração ; avançar, como defendemos a partir de nossa agrupação estudantil Las Armas de La Crítica, a uma II Reforma Universitária e a uma nova Escola Nacional Unificada com direito a que os povos originários, como os mapuche, tenham uma educação multicultural segundo eles determinem. A juventude trabalhadora, como lutamos em nossa agrupação ABRAN PASO, deve avançar na defesa de um contrato de trabalho com direitos iguais a um trabalhador permanente, com salários, direito a sindicalizar-se, etc. Para financiar estas políticas é necessário avançar na renacionalização do cobre e de todos os recursos naturais e colocá-los para produzir sob controle dos trabalhadores. E assim garantir também habitação para todos, cuidados de saúde gratuitos e aposentadorias equivalentes a 80% do último salário, acabando com os salários de fome.

O governo disse que demandas como estas são políticas. E tem razão. A luta estudantil começa a ultrapassar as reivindicações tão-somente educacionais. Isso porque o modelo de educação pinochetista, que a Concertación e a direita conservaram e aprofundaram, é o mesmo dos salários de fome, da entrega de nossas riquezas naturais a empresas imperialistas e nacionais, que precisa da repressão e do sistema binominal e da Constituição de ´80 para sustentar-se. O governo é seu defensor mais ferrenho.

A resposta do governo : repressão e mais políticas patronais

Vemos a resposta do governo com um só exemplo : dos 4 bilhões de dólares que anunciou para a educação, a metade é para aumentar os subsídios que já vem transferindo aos empresários privados da educação, para que ganhem seus milhões ás custas dos estudantes. Todas suas políticas são para favorecer a patronal. Todas elas, então, prejudicam o povo trabalhador e seus filhos. Mas como se sabe que é assim, reforça a repressão - foi o que vimos em uma Santiago sob estado de sítio de fato no dia 4 de agosto. E recobre tudo com fogos de artifício, como os anúncios sobre as leis sociais (de segurança trabalhista, de pós-natal, de 7% para os que recebem dinheiro do Senarc ). As mudanças empreendidas por estas leis são minúsculas e não mudam em nada as condições de vida e de trabalho com salários de fome, sobre-endividamento, abusos da patronal, humilhação nos transportes e a falta de direitos básicos como a saúde. Por isso, o governo segue caindo nas pesquisas (e porque também não satisfaz aos seus : os empresários pedem mais exploração, mais flexibilização, mais mão-de-ferro). E as pesquisas saem ã sua ajuda, deste modo, são um pouco enganadoras.

A Concertación no resgate do governo, da direita e dos patrões

Quando o governo acusou a Concertación de “obstrucionista”, esta respondeu que aprovou 98% de seus projetos de lei. É a verdade toda dita, co-governam. É o que fazem há 20 anos a favor dos patrões. Cada um ao seu modo. A Concertación, com ajuda do PC, fazendo passar falsamente como “amigos do povo”. Como agora dizem estar a favor do fim do lucro (ainda que por 20 anos o respaldaram), mas nada dizem sobre a educação gratuita, só para dar um exemplo. Ou suas exigências por reformas políticas que só corrigem o sistema binomial. Reformas cosméticas que deixam tudo igual. Mas as mobilizações exigem que nada mais siga como está.

Por uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, baseada na mobilização dos trabalhadores e do povo

Esta democracia para os ricos da Concertación e da direita já mostrou até não poder mais que só defende os interesses da classe patronal contra o povo trabalhador. Os trotskistas do Partido de Trabalhadores Revolucionários – Classe contra Classe / PTR-CcC lutamos por uma República de Trabalhadores baseada na democracia direta de nossa classe. Mas sabemos que muitos ainda não estão dispostos a lutar por este objetivo, por isso colocamos a necessidade de avançar na luta comum por uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana baseada na mobilização do povo trabalhador, para discutir todos os problemas e demandas do povo : terminar com a política patronal com representantes revogáveis com um salário igual a de um trabalhador médio qualificado ; terminar com o sistema binominal ; garantir a gratuidade de todos os direitos básicos como a saúde, a educação, a habitação e aposentadorias. Para tudo isso que se renacionalize sob controle dos trabalhadores os recursos naturais e os bancos. Para travarmos esta luta é necessário construir um grande partido da esquerda operária e socialista, como a que lutamos por construir no Partido dos Trabalhadores Revolucionários – Classe contra Classe / PTR-CcC

1-Concertación é uma coalização de partidos ditos de centro-esquerda – Partido Demócrata Cristiano (PDC) ; Partido por la Democracia (PPD) ; Partido Radical Social Demócrata (PRSD) e Partido Socialista (PS) – que governou o país de 1990 a 2010. Nota do Tradutor.

2-Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, responsável por programas de transferência de renda no Chile, como o Bolsa Família no Brasil.

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