FT-CI

Brasil

ato #nãovaitercopa

31/01/2014

[1/1]
[1/1]

Por Fernanda Montagner, militante da Juventude ás Ruas e coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp

O dia 25 de janeiro foi marcado, em uma série e de capitais, pelos primeiros atos contra a Copa do Mundo, impulsionado pelo movimento #naovaitercopa. Em São Paulo, o ato contou com mais de três mil participantes e terminou com uma brutal repressão policial, centenas de presos e feridos, e a tentativa de assassinato pela polícia de um manifestante. Esses atos dão continuidade ás lutas que a juventude levantou nas jornadas de junho, com o questionamento aos enormes gastos de dinheiro público ligados aos exorbitantes lucros extraídos da Copa, ao mesmo tempo em que a maioria da população segue sofrendo com as enchentes, as filas dos hospitais, a falta de moradias, a precariedade da educação etc. Os atos tiveram uma enorme repercussão nacional, expressando o medo das elites dominantes de que dito movimento, combinado com a usual truculência policial, possa gerar novamente as faíscas que deram lugar ás grandes manifestações de massa no ano passado.

Frente a proximidade das eleições e da copa do mundo, o governo federal precisa calar possíveis ebulições da juventude e dos trabalhadores e responder ã pressão da FIFA que já declarou seus receios quanto ã continuidade da Copa e “tem cobrado do Brasil medidas para que a situação seja controlada até o Mundial” (esporte/terra, 26/01). “Controle” que significa muita repressão dos governos e suas policias. Para impedir que o movimento contra a Copa ganhe corpo, o aparato petista (jornalistas, intelectuais, internautas dirigentes sindicais e estudantis etc.) tenta taxar todos que são contra as injustiças ligadas ã Copa como “agentes da direita”, lançando um movimento #vaitercopa.

“Da Copa eu abro mão, estatiza o estádio, o metrô e o busão!”.

Em São Paulo, a Juventude ás Ruas, junto a trabalhadores do metrô, bancários, professores e secundaristas compuseram um bloco único levantando um programa que busca ligar a indignação com as injustiças ligadas ã Copa do Mundo a um programa que retome e dê uma resposta de fundo ás demandas de junho. Frente ã precariedade dos serviços públicos em contraposição aos gastos de uma Copa ã qual a maioria da população explorada e oprimida não vai ter acesso, levantamos a necessidade de estatização do transporte publico com gestão dos trabalhadores e controle dos usuários. Essa, que foi a principal demanda de junho, trata-se de um dos problemas mais sentidos pela população, que não só perde horas dentro de um transporte precário e superlotado, mas também gasta boa parte dos seus salários com o alto preço das passagens. Esse é o único programa que consegue garantir transporte de qualidade para toda a população, onde esta pode pensar as formas de gratuidade que isso implique em seguir enriquecendo as grandes máfias capitalistas como é hoje.

O bloco também respondeu aos últimos escândalos nacionais: frente ao assassinato do jovem Kaique, homossexual negro da periferia vítima de homofobia gritamos: “Ô Kaique, eu vou lutar, a sua morte o Estado vai pagar!”. Junto ã juventude negra dos “rolezinhos” também exigimos que o Estado garanta condições de lazer, cultura e esporte ã maioria mais pobre da população em oposição aos rios de dinheiro gastos com a Copa do governo e dos patrões: “Ficou pequenininho! a Dilma vai de Copa e eu vou de “rolezinho”! O bloco também colocou, como uma das principais lições de junho, a necessidade de forjar alas revolucionárias da juventude: “Aliança revolucionária, é da juventude com a classe operária!”.

Mais uma brutal repressão

Contudo, foi mais um ato que não conseguiu nem chegar ao seu final. Como num primeiro “ensaio geral” de como vão ser tratadas as manifestações na Copa, a polícia reprimiu duramente a manifestação: perseguiu os manifestantes, atropelou, agrediu os presos, na maioria jovens da periferia, e numa ação sanguinária tentou matar Fabrício, jovem de 22 anos que levou dois tiros no peito e um na virilha. Mais uma vez a mídia e os governos fazem uma campanha reacionária tentando estigmatizar os atos como ações de “vândalos” e “baderneiros” que destroem o espaço público, tentando jogar a população contra os manifestantes para esconder que os verdadeiros “vândalos violentos” estão nos postos de mando do Estado e dirigem a polícia mais assassina do mundo. Não por acaso Dilma criou uma tropa especial de segurança de 10 mil homens da Força Nacional para reprimir os atos da Copa.

Desde junho as forças policias veem se desgastando frente ã população a cada caso de assassinato e tortura, como foi com o desaparecimento do pedreiro Amarildo. Esse mês novamente o reacionarismo da policial como o centro da cena política nacional com o assassinato homofóbico do Kaique, que tentaram encobrir, com a repressão ã juventude negra e pobre nos rolezinhos, afora as séries de denuncias de chacinas nas periferias que não passam mais sem a população se rebelar, queimando ônibus em protesto quase toda semana.

Nós nos colocamos no ato e em toda nossa atuação nos locais de trabalho e estudo denunciando a polícia assassina, e nos colocamos em solidariedade ao Fabrício e a todas as famílias e jovens reprimidos e assassinados por esse órgão que só serve ã repressão. Como parte da campanha contra a repressão que temos impulsionado, lutamos pela liberdade democrática de manifestar-se, pela punição dos responsáveis e dos executores de mais essa brutal repressão policial e pelo fim dessa reacionária instituição herdeira da ditadura militar: “Chega de chacina, eu digo fora policia assassina!”.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Jornais

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)