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14N, greve geral e mobilização europeia
por : Arsen Sabaté , Cynthia Lub

12 Nov 2012 | No próximo dia 14 de novembro ocorrerá uma greve geral que afetará toda a região sul da Europa, a mais castigada pela crise econômica que atravessa o velho continente. Espanha, Portugal, Grécia e em menor medida a Itália (greve de 4h) encabeçam a medida.

Por Arsen Sabeté, Cynthia Lub, Clase Contra Clase Estado Espanhol

No próximo dia 14 de novembro ocorrerá uma greve geral que afetará toda a região sul da Europa, a mais castigada pela crise econômica que atravessa o velho continente. Espanha, Portugal, Grécia e em menor medida a Itália (greve de 4h) encabeçam a medida. Em outros países chave da Europa como França e Grã-Bretanha, e outros de menor relevância, haverá mobilizações e outras medidas de força. As burocracias sindicais vendidas em todos os países, que temem como a peste uma verdadeira coordenação e um plano de luta operário e popular, impõem ao 14N fortes limites. Não obstante, é uma ação operária histórica na União Europeia com a qual os trabalhadores saem a enfrentar os duríssimos planos de ajuste, com cujo auxílio a burguesia imperialista europeia vem descarregando a crise sobre as massas trabalhadoras. Em todos os países, os trabalhadores, estudantes, setores médios arruinados e até os mais golpeados e perseguidos como os imigrantes, vem desenvolvendo uma resistência com marchas massivas, greves gerais e lutas duras (isoladas pela burocracia). Essa jornada pode ser um passo adiante no enfrentamento com os governos capitalistas que tratam de salvar os banqueiros e burgueses, sobre as cabeças das amplas maiorias. Publicamos uma nota de nossa organização irmã no Estado Espanhol, Clase contra Clase, sobre o 14N nesse país.

A Greve Geral do 14N no Estado Espanhol conflui com uma jornada de luta na Europa, greves gerais também em Portugal, Chipre, Malta, possivelmente na Grécia, greve de 4h na Itália e mobilizações no restante dos países contra as políticas de austeridade e da crise capitalista. Os históricos ataques que carregam contra os trabalhadores e a juventude se dão também em outros Estados sob os ditados da Troika - União Europeia (UE), Banco Central Europeu e FMI - e a aplicação dos distintos governos. Trabalhadores, jovens e setores populares do Estado Espanhol viemos pagando pelo quinto ano da crise capitalista. Cinco anos de crise não foram em vão para os capitalistas: nos conduziram a condições de vida dramáticas, com milhões de desempregados, centenas de milhares de despejos e uma juventude sem futuro. "Moderar ou humanizar o capitalismo", "gradualmente" mediante a "democracia participativa" para conseguir a "igualdade social" dentro deste sistema como propõem uma série de organizações que vão desde os sindicatos majoritários CCOO e UGT até a Izquierda Unida (IU), e projetos municipalistas como as CUP (coalizão de correntes da esquerda independentista català), assim como projetos eleitorais como Syriza na Grécia, é uma utopia reacionária ante este ataque generalizado.

Obscuras perspectivas para a classe trabalhadora e o povo

Os orçamentos para 2013 contemplam a redução de mais de 30 bihões de euros, para conseguir um déficit que não supere 3,8% do PIB. O custo da dívida pública se converterá no segundo maior gasto dos Orçamentos do Estado - atrás das pensões. A tudo isso se somam os milhares de demitidos no funcionalismo público e aquelas dmeissões que se acumulam no âmbito privado. O número de desempregados alcançará 26% em 2013, a taxa mais alta da União Europeia, junto com a Grécia. Neste marco, se agravou a crise social. O problema da habitação é um dos dramas mais graves, tal como o expressam os suicídios daquelas pessoas que caem no desespero. Os setores mais afetados são em primeiro lugar os mais explorados da classe trabalhadora, os trabalhadores precários, os imigrantes, a juventude que Nem pode trabalhar Nem pode estudar. Basta de paz social! No 14N, todos ã Greve Geral.

A greve geral do 14N será um sopro de ar fresco que dá força a uma nova onda de lutas no Estado Espanhol e no restante da Europa para romper a asfixiante "pax social" que mantém a burocracia sindical. Pode ser um impulso para dar respostas mais contundentes aos ataques capitalistas. Mais ainda, a nível mundial começa a haver lutas duras da classe trabalhadora não somente na Europa - hoje epicentro da crise - mas na China ou nas greves dos mineiros sul-africanos. Para que esta jornada de greve do 14N se converta na ponta de lança é indispensável combater a política de paz social da burocracia sindical da CCOO e UGT. Com estas direções, dilapida-se toda a potencialidade que demonstrou a classe trabalhadora e a juventude, como o 29M ou a greve dos mineiros, as mobilizações do funcionalismo e da educação. Por isto é necessário nesta greve promover a organização operária em assembléias democráticas desde as bases, a unidade de efetivos e precários, desempregados, nativos e estrangeiros, na perspectiva de fortalecer nossa classe, recuperar nossos sindicatos como ferramentas de luta e acabar com estas direções sindicais, em boa parte responsáveis pelo estado no qual nos encontramos.

Contra a Europa do capital e seus regimes: uma alternativa operária e revolucionária

No 14N ver-se-ão duas Europas. A dos trabalhadores e setores populares, e a dos Governos que salvam a classe capitalista e regsuardam seus interesses. Esta jornada de luta continental deve ser um primeiro passo em forjar a unidade internacionalista dos trabalhadores contra os planos da troika. O início de um plano de luta sustentado e contundente, que aponte os culpados pela crise, os capitalistas, seus Governos e a UE. É necessário lutar por um programa que os façam pagar pela crise, que defenda a partilha das horas de trabalho sem redução salarial, a expropriação sob controle operário das empresas que fechem ou demitam, a nacionalização dos bancos e que encaminhe a luta na perspectiva de acabar com o Regime de ’78, o sistema capitalista e a própria UE. A crise coloca em evidência que ou se salvam eles, ou nós, o que em última instância se reduz a que ou governam eles, os representantes dos banqueiros e empresários, ou nós, os trabalhadores. É necessário lutar para que se joguem abaixo estas democracias para ricos e seu acordo inter-estatal anti-operário que é a UE. Trata-se de todo um entramado político que, ademais, garante o domínio imperialista das potências europeias sobre os países da Europa do Leste, África, Ásia e América Latina, e mantém a negação do direito de auto-determinação para as nacionalidades, como a català e a basca.

A uta contra os planos de ajuste necessariamente tem de sair dos marcos o capitalismo se não quer ser levada a um beco sem saída. A luta por colocar fim ã deterioração que nos estão impondo é um aluta contra um sistema que com sua crise ameaça repetir formas de barbárie passadas, como no século XX. No Estado Espanhol como na Grécia e outros países da União Europeia, assomam tendências de extrema-direita, de racismo antiimigrante e xenofóbico. Para impedir que a crise do euro e da UE nos arraste ã miséria e a uma espiral de novos nacionalismos e xenofobia, que somente pode conduzir a novas guerras e catástrofes para os trabalhadores, devemos lutar pela perspectiva revolucionária de construir uma verdadeira união voluntária de todos os países do continente sobre as ruínas dos atuais regimes políticos e a imperialista UE, construindo governos de trabalhadores que se federem livremente e ponham de pé os Estados Unidos Socialistas da Europa. Ante esta perspectiva, tanto a nível nacional, como continental e mundial, devemos passar da indignação à luta revolucionária pela transformação deste sistema. O ue é realista hoje é lutar contra o capitalismo para derrubá-lo. Hoje uma saída revolucionária e de classe é menos "utópica" que a reforma deste sistema putrefato que enquanto cai, se mostra cada vez mais destrutivo para a humanidade.

Viva a Greve Geral do 14N!! Por uma Greve Geral europeia!! Contra suas democracias para ricos e a Europa do capital!!

 

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