FT-CI

As "milicias" de Chávez

Verdadeiros corpos de controle sobre o povo e os trabalhadores

02/11/2009

No dia 21/10 Chavez, de forma arbitrária, sancionou a reforma parcial da Lei Orgânica da Força Armada Bolivariana. Não entraremos nos detalhes do conjunto da reforma, mas no que se refere ás denominadas “Milícias Bolivarianas”, sob um suposto componente “ligado ao povo”, mas na realidade não seria nada além de uma nova força com implicações mais profundas sobre o controle do povo e dos trabalhadores.

É necessário ressaltar que dentre uma das tantas funções das Forças Armadas Nacional na nova Lei Orgânica se sobressaem aspectos como o fato de que deverá “contribuir para preservar ou restituir a ordem interna, diante de graves perturbações sociais, previa a decisão do Presidente ou Presidenta da República Bolivariana da Venezuela e Comandante em Chefe das Forças Armadas Nacionais Bolivariana”; “Organizar, planificar, dirigir e controlar o Sistema de Inteligência Militar e Contra-inteligência Militar da Força Armada Nacional Bolivariana”; “Participar nas operações que se originem como conseqüência dos estados de exceção que sejam decretados conforme ã Constituição da República Bolivariana da Venezuela e a lei”. Isso quer dizer que, sob a faculdade do Presidente, dita força pode intervir em qualquer ação que a classe operária e o povo possam desenvolver, e inclusive podem ser submetidos a um sistema de espionagem.

Na constituição das “Milícias Bolivarianas”, decretado sob a lei Habilitante, no dia 28/7/2008, e reformulada em 21/10/2009, estabelece-se que “A Milícia Bolivariana é um corpo especial organizado pelo Estado Venezuelano [...] destinada a complementar as Forças Armadas Nacional Bolivariana na Defesa Integral da Nação para contribuir para garantir sua independência e soberania [...]”. Porém o prato principal referente ás “Milícias”, na nova reforma da Lei de 21/10, é a conformação e organização dos “Corpos Combativos” de interferência direta nas fábrica, empresas e locais de trabalho sobre os trabalhadores. No modificado Artigo 50 agora se estabelece que: “Os Corpos Comabtentes são unidades conformadas por cidadãos e cidadãs que trabalham em instituições públicas ou privadas, que de forma voluntária são registrados ou registradas, organizados ou organizadas e adestrados pelo Comando Geral da Milícia Bolivariana em defesa integral da Nação assegurando a integridade e operatividade das instituições ás quais pertencem.”

Com este Artigo 50 acontece um salto no controle sobre o movimento operário em geral, forçando setores de trabalhadores a se organizar, sob o uniforme militar, como força de choque e contra seus próprios companheiros. Tudo isto, dentro da margem de outros tópicos relevantes da Lei, como os estados de exceção onde “a Milícia” se mobilizará como qualquer outro órgão de repressão.

Ainda que em diversas empresas como a petroleira estatal PDVSA já havia-se começado a organizar “Corpos Comabatentes”, ou seja, na realidade dita Lei já estava sendo colocada em prática, mas o que chama a atenção é o repudio que tem gerado a constituição destas “milícias” em diversas empresas estatais. Como na recentemente nacionalizada Sidor, onde a ampla maioria dos trabalhadores se opõe ã organização destas.

Élamentável como que em direção oposta a este repúdio, a Aliança Sindical–onde Marea Socialista (ligada ao MST argentino) tem grande influência–e outras correntes sindicais afins ao governo e presentes no sindicato, se baseando nos mais de 500 operários da empresa que haviam prestado serviço militar, convocaram a formar este “corpos combatentes”, se conformando em um esquadrão de quase cem operários agora sob o uniforme militar. O repudio é generalizado em um amplo espectro de trabalhadores que vem nestes uma futura força de choque em greves ou conflitos que defendem seus interesses, que atuaram no momento preciso “assegurando a integridade e operatividade” da empresa, ou seja, dos interesses patronais alem de sua função de pelegos delatores diante qualquer movimento dos trabalhadores. Sabe-se que na Sidor já começaram os trabalhos de “inteligência” fazendo a lista dos possíveis “alteradores” da ordem da empresa.

O argumento da empresa, e mecanismo de engano, é que os trabalhadores se alistam para defender a empresa de “qualquer sabotagem” quando sabemos que qualquer greve ou paralisação operária é qualificada como sabotagem pelo governo, como expressou o próprio Chavez recentemente se referindo aos trabalhadores eletricistas que reinvindicam seu contrato coletivo e ameaçaram parar. Os trabalhadores organizados agora como supostos “Corpos Combatentes”, no caso da Sidor, chegam no trabalho com sua farda militar, e os incluem no “pessoal de confiança” especial.

O Estado burguês, administrado pelo regime de Chavez, se prepara para maiores convulsões operárias em meio ã crise capitalista mundial. É necessário rechaçar veementemente esta forma de organização militar nas fábricas, nas empresas e nos locais de trabalho, que não são nada alem de verdadeiros corpos de controle militar direto sobre o povo e os trabalhadores.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)