FT-CI

França

Os trabalhadores devem tomar em suas mãos a jornada de ação de 28

25/03/2006

Os trabalhadores devem tomar em suas mãos a jornada de ação de 28

Por: Lucas Pizzutti

Fonte: La Verdad Obrera N° 183

Depois das jornadas da semana passada e da manifestação massiva do dia 18 os grandes sindicatos têm se visto obrigados a chamar a uma jornada de ação para o dia 28. Apesar do caráter limitado que as direções burocráticas têm imposto a esta jornada, negando-se a efetivas inclusive uma paralisação de 24 horas, a mesma pode ser utilizada pelos trabalhadores para se incorporar com seus métodos na luta contra o CPE e o governo. No domingo 19 a coordenadora nacional de estudantes fez “um chamado ás direções sindicais para que chamem ã greve geral até derrotar a CPE”. Por fora do movimento contra o CPE, no dia 22 haverá uma greve com manifestação dos assistentes sociais contra as medidas de Sarkozy e no dia 23 fazem uma greve e mobilizam os trabalhadores de Gaz de France contra a privatização total de sua empresa. A bronca contra o governo e sua política cresce, já que se encontra em estado de coma um sindicalista de Sud-Correos, produto de ter sido pisoteado pela polícia. Já três juízes pediram o desalojamento das universidades com a possibilidade de que se incremente a repressão. Desde o início do movimento há centenas de detidos, e alguns condenados a meses de prisão firme. Neste contexto, em 20 de março todas as organizações sindicais, mais as federações estudantis burocráticas decidiram que “O conjunto das organizações sindicais chama para 28 de março uma jornada de ação intersetorial com greves e manifestações” (Declaração unitária de 20/3). Fica claro que em meio a uma dura situação os sindicatos não chamam a greve geral, senão a u chamado impreciso a “detenções de trabalho, greves e manifestações”, dando-lhe ao governo oito dias de tempo para ameaçar e reprimir.

Mayrse Dumas, secretária da CGT, declarou que “cada um levará adiante de acordo com suas modalidades”, o que significa que não necessariamente se comprometeram a fazer greve. Quando o governo estava com a corda no pescoço pela mobilização das massas, o tempo que recebe da parte dos sindicatos é um tanque de oxigênio. Se finalmente se vêem obrigados a levar adiante esta “jornada” tentarão que seja para amenizar sua radicalização, e para que não perder o controle do movimento operário, É vergonhoso ver como deixam isolados os estudantes nestes dias chave, particularmente na marcha do dia 23, que se esperava que fosse o início da greve geral. Se há violência policial contra os estudantes mobilizados os burocratas sindicais serão os responsáveis. Entretanto, os trabalhadores podem organizar assembléias em cada local de trabalho, se organizar pela base regionalmente, para impor aos burocratas sindicais o chamado a uma verdadeira greve geral. A “extrema esquerda” poderia e deveria jogar um papel de vanguarda neste sentido através de suas centenas de delegados operários, ao contrário do que fez na Coordenadora Estudantil de Dijon. Parar o CPE e derrotar o governo é possível.

20 de março de 2006

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