FT-CI

Brasil - Eleições municipais

Nas eleições, votar contra os capitalistas e o governo burguês dirigido pelo PT, com apoio do PCdoB e da burocracia sindical

23/09/2012

Por Daniel Matos, Val Lisboa

Para que os capitalistas paguem pela crise

Nessas eleições municipais, mais uma vez querem que acreditemos que através do voto podemos mudar alguma coisa. Todas as promessas, seja dos partidos no governo ou dos oposicionistas, partem de que será possível uma continuidade de melhorias graduais nas condições de vida nos próximos anos, independente da crise econômica mundial e de seus impactos sobre o Brasil.

O PSDB, com seus aliados do partido de Kassab (PSD), DEM, PR e PV, retorna com Serra – o exterminador da universidade –, prometendo mundos e fundos como se não fosse o partido que dirigiu nos últimos 20 anos a cidade e o estado. Os tucanos são os mesmos que impõem a privatização dos serviços públicos, a terceirização e precarização do trabalho, as ameaças ã autonomia universitária, os ataques direitos como o de Rodas contra os estudantes, funcionários e dirigentes do Sintusp, e a perseguição aos professores que não se curvam ao autoritarismo tucano na USP. Estes são os mesmos do massacre de mais de 400 pessoas em 2006, no governo Alckmin, que volta ã cena com os assassinatos da polícia nas últimas semanas e meses. São os tucanos da invasão policial na USP, da militarização da universidade, com coronéis atuando abertamente e vigiando dirigentes sindicais como Brandão, demitido ilegalmente pelo tucanato e até hoje não readmitido com a conivência da justiça paulista, que come na mão do governo estadual, como vimos na brutal repressão no Pinheirinho. Nenhum trabalhador, estudante ou jovem consciente pode votar nesses carrascos, representantes da burguesia, da Fiesp, das reformas neoliberais, das privatizações, das terceirizações, dos ataques ã universidade, aos salários, empregos e direitos, da repressão policial.

O PT, junto com o PCdoB, lança ao candidato professor da USP e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, aliando-se ao PSB e ao PP de Maluf. Esses são os progressistas, partido dito dos trabalhadores e dos intelectuais, que agora se lameia junto ao mais reacionário e corrupto herdeiro da ditadura militar, o político do “rouba mas faz”, “estupra mas não mata”, “professora não é mal paga é mal casada”, “Rota na rua, bandido bom é bandido morto”, entre outras pérolas direitistas. Esses partidos se transformaran em agentes diretos da grande burguesia, governando para os ricos. Partidos que dirigem sindicatos e entidades estudantis (CUT, CTB, UNE e UBES) para impedir que os trabalhadores e estudantes se organizem livre e independentemente dos patrões. Esses são os partidos que traíram a classe trabalhadora e a juventude. Estes são grandes inimigos, porque são lobos em pele de cordeiro, enganam, mentem, dividem e enfraquecem a luta e organização dos trabalhadores e da juventude. No governo desses traidores os corruptos seguem livres, impunes, roubando o dinheiro do povo. Todo o alarde sobre o julgamento do mensalào mostra que punirão alguns “peixes médios e pequenos” (mesmo se condenados agora poderão recorrer e se livrar das prisões) mas preservarão todo o esquema que dá base ã corrupção: a ligação direta entre grandes empresas nacionais e estrangeiras e os governos que utilizam cada vez mais a corrupção como mecanismo de “concorrência” para ganhar obras e negócios. A prova do que dizemos é que nenhuma grande empresa (ou seus administradores) aparece no julgamento nem está sob ameaça de punição. Não, trabalhador e jovem consciente deve tomar partido: ficar ao lado da classe trabalhadora, contra os patrões e seus capachos reformistas.

A campanha desses partidos é a prova de que as eleições são uma farsa, que se trata de uma democracia para os ricos, onde quem tem dinheiro ou se vendeu para os que têm dinheiro – como o PT e o PCdoB – é que vai se eleger ou se reeleger para seguir comandando o país. O PT, o PSDB e todos os demais partidos dominantes, aliados do governo ou na oposição, utilizam as eleições, com todas as suas mentiras e fanfarronadas, para enganar, mentir, anestesiar o povo para que as coisas possam seguir como estão e os capitalistas possam descarregar tranquilamente os efeitos da crise sobre as costas dos trabalhares. Nenhum candidato burguês ou reformista deve receber um voto sequer dos trabalhadores e jovens conscientes.

PSOL: critica a situação e os governantes mas propõe mudanças sem tocar nas causas profundas

Diferente da demagogia dos partidos que fazem parte da base governista de Dilma ou do direitismo dos que são aliados dos oposicionistas do PSDB, o PSOL apresenta um discurso político crítico, com uma promessa de reforma do sistema capitalista e do regime burguês a serviço dos interesses da maioria mais pobre do país. Mas os efeitos da crise capitalista colocam de forma mais evidente como é impossível estar com os trabalhadores e os patrões ao mesmo tempo, como é impossível falar em “mudar” seriamente sem denunciar o capitalismo, seu regime e seu estado. Questionado se implementaria o corte de ponto contra grevistas se fosse governo (tal como fez Dilma), Marcelo Freixo, o candidato de maior projeção nacional do PSOL, respondeu: “depende”. Assim, como um funcionário público do Rio, em sã consciência, pode votar num candidato “de esquerda” que já o ameaça com desconto de dias em caso de greve?

O motivo que faz o principal candidato do PSOL considerar a possibilidade de punir grevistas é o mesmo que em 2006 fez Heloísa Helena dizer que defendia a aplicação da lei (entenda-se: repressão) contra as ocupações do MST, e que fez a candidata a presidente se colocar ao lado da patronal da Volkswagen frente a 6.000 demissões em meio ás eleições; é o mesmo que fez os parlamentares do PSOL apoiarem a lei do Super-Simples que flexibilizou os direitos dos trabalhadores nas pequenas e médias empresas; ou é o mesmo que faz as principais figuras deste partido serem aliadas de Marina Silva, conhecida como ferrenha defensora da reforma trabalhista nas últimas eleições presidenciais. Por trás dos discursos críticos e sobre a ética na política, o PSOL se sustenta numa estratégia de conciliação de classes, como um partido que deseja “mudar” – por dentro – sem tocar nas bases do capitalismo, do regime e do estado, um partido do regime burguês que sirva como “reserva” diante de crises profundas. Este é o plano mas a realidade não permite esse espaço para este partido, pois o regime já conta com o PT e Lula para conservar o capitalismo e “maquiá-lo”. A ausência de um PT opositor dos governos de Cabral e Paes que tem imposto uma tremenda privatização e militarização do Rio de Janeiro como preparação ã Copa e Olímpiadas é um dos fatores que explica o sucesso eleitoral de Freixo no Rio.

Nesse marco, em seu projeto reformista, o respeito (e o voto) por parte de trabalhadores que candidatos do PSOL ganham por apoiarem suas lutas (como no caso de Carlos Gianazzi na USP ou de grupos de direitos humanos com Freixo no Rio) é usado para defender a conciliação de classes e, no final das contas, os interesses dos patrões quando esse se choca com o dos trabalhadores, tanto por subordinar os interesses reais dos explorados e oprimidos aos objetivos eleitorais como em prol da “governabilidade” (no caso de um Poder Executivo, que o PSOL ainda não teve, mas que pode vir a ter em Belém com Edimilson Costa este ano).

Utilizemos as eleições para lutar pela independência de classe

Muitos jovens e trabalhadores honestos têm declarado que votarão no PT como um “mal menor” (como no caso da disputa entre Haddad e Russomano em São Paulo, e Patrus e Marcio Lacerda em Belo Horizonte) ou porque acreditam de fato que uma melhoria gradual é possível, e que isso é melhor do que nada ou do que a vitória de um partido mais ã direita. Outros têm declarado que votarão no PSOL por esse representar uma alternativa viável ã esquerda (Freixo, no Rio) ou por ter apoiado suas lutas (como no caso de Gianazzi, em São Paulo). E outros tantos têm dito que votarão nulo como uma forma de protesto contra tudo o que está aí.

Nossa primeira tarefa é convencer esses trabalhadores e jovens que nossa atitude diante das eleições não deve ser uma atitude passiva, de enxergar que o máximo que podemos fazer é depositar o voto em uma urna. Devemos convencê-lo de que é necessário ter uma atitude militante (consciente), ou seja, de que as eleições, apesar de todas as mentiras e falsas promessas, apesar de todo o dinheiro envolvido, é um espaço de politização, frente ao qual temos a oportunidade de discutir com cada trabalhador ou jovem de esquerda os problemas econômicos, políticos e sociais que atingem o país e nossa realidade. Só essa postura militante pode convencer um trabalhador ou jovem honesto que votar no “mal menor” – candidatos burgueses ou reformistas pró-patronais – ou votar na “esquerda viável” – reformistas conciliadores – não significa nenhum passo ã frente, pois na melhor das hipóteses implica em contribuir para reproduzir o que está aí. Que cada voto num burguês ou num reformista-patronal (PT-PCdoB) fortalece os capitalistas e enfraquece nossas lutas e nossa perspectiva de mudar profundamente a situação, em favor do povo, dos trabalhadores e da juventude.

Mesmo que neste regime “democrático” para os ricos e reacionário para os trabalhadores, a juventude e as massas, a nossa potente classe operária não tenha seu peso social e sua força representados – os sindicatos estão nas mãos dos burocratas que se aliam aos patrões e aos governantes, o “partido dos trabalhadores” virou partido dos patrões e não há um verdadeiro partido operário independente, muito menos um partido revolucionário –, em nossa opinião os estudantes, jovens, trabalhadores e trabalhadoras combativos, que não aceitam esse estado de coisas, devem aproveitar as eleições para fortalecer o campo da nossa classe, buscando um voto antiburguês e anticapitalista, que vá no sentido de consolidar uma ala classista, mesmo que de vanguarda. Por isso, ainda que as candidaturas do PSOL apareçam como oposição ao governo e aos capitalistas, a estratégia deste partido é de clara conciliação com o regime burguês e frações da classe dominante, o que se comprova em suas alianças eleitorais com partidos burgueses como o PDT, reformistas-patronais como o PCdoB e pequeno-burgueses como o PV. Marcelo Freixo, no Rio, nos últimos dias disse que aceitaria o apoio do PSDB, repetindo Heloisa Helena que em 2006 também aceitou o apoio de Garotinho. Em São Paulo, onde Gianazzi é visto como um candidato de esquerda, não vimos um repúdio decidido ás declarações de Freixo, significando que “em nome da unidade do partido” e da “busca de votos” o PSOL – e Gianazzi – se cala, contribuindo para confundir e enganar os que creem neste partido como uma alternativa de esquerda. Sendo assim, votar no PSOL significa, na prática, entregar nas mãos dos conciliadores a perspectiva de luta antiburguesa e anticapitalista, impedindo de fato a necessária acumulação de forças contra o regime e o estado burguês.

Nossa segunda tarefa é convencer os trabalhadores e jovens honestos de que a melhor forma de expressar a luta pela independência de classe nessas eleições é votando criticamente no PSTU ou no PCO por serem esses os partidos operários que defendem a independência de classes nessas eleições, representando esse voto um voto na luta para que a classe operária acredite apenas em suas próprias forças. Cada trabalhador ou jovem que deixe de votar no PT, no PSOL ou nulo para votar no PSTU ou no PCO significa um passo ã frente em sua consciência pela necessidade da luta pela independência política da classe trabalhadora.


Quem luta não pode votar em seus carrascos. Nenhum voto em partidos e candidatos burgueses (PSDB, DEM, PP, PRB, PTB, PDT, PSB, PV e Cia..) nem no PT e no PCdoB. Nenhum voto nos partidos de conciliação com burgueses (PSOL, PCB). Voto crítico nas candidaturas operárias do PSTU e do PCO.

Apesar da farsa que constituem as eleições burguesas, a maioria dos trabalhadores e jovens ainda acreditam que através de seu voto podem fazer alguma diferença, mesmo que seja votando no “mal menor”. Por isso, as eleições, assim como os mandatos parlamentares,podem se transformar, numa postura revolucionária, em uma “trincheira” também para aqueles que não acreditam na democracia burguesa e defendem uma revolução operária e socialista. Trata-se de uma trincheira em um terreno mais desfavorável para nós e melhor para a burguesia e aqueles que defendem a conciliação de classes, pois o terreno mais favorável para os revolucionários é o da luta de classes. Mas, enquanto a maioria dos trabalhadores ainda acredita na democracia burguesa, nós defendemos a participação nas eleições ou o exercício de um mandato parlamentar com o objetivo tático de desmascarar o caráter de classe dessa democracia, agitar um programa de independência de classe para responder ás demandas mais sentidas pela maioria explorada e oprimida da população, e apoiar as lutas extraparlamentares. Ou seja, trata-se de uma tática a serviço da estratégia de desenvolver a mobilização e a organização independente da classe trabalhadora, alentar a confiança dos operários apenas em suas próprias forças, e preparar as condições para a luta revolucionária pelo poder.

Hoje, essa tática deveria se expressar em candidatos que denunciem a podridão da democracia brasileira, mostrando como os mensalões tucanos e petistas são parte estrutural desse regime a serviço dos capitalistas; que defendam um programa para que os capitalistas paguem pela crise, lutando por nenhuma demissão ou flexibilização trabalhista, para que os trabalhadores precarizados tenham salários e direitos iguais aos operários em melhores condições que exercem as mesmas funções, e pela redução da jornada de trabalho sem redução dos salários para que não haja qualquer demissão e para que os desempregados possam ser incorporados ã produção; e que expressem em suas propagandas de televisão as lutas dos trabalhadores em curso, assim como uma campanha nacional contra a repressão aos lutadores.

Um exemplo de como é possível fazer uma campanha eleitoral classista se deu nas eleições de 2011 na Argentina. Nessas eleições, a Frente de Izquierda e de los Trabajadores (FIT), que uniu o PTS, o PO e a Izquierda Socialista, realizou uma campanha que tinha como eixos a denúncia do regime que queria restringir ainda mais a possibilidade de expressão de partidos operários e a agitação de um programa para que os capitalistas paguem pela crise com centro na consigna de escala móvel de horas de trabalho para que os operários não deixem suas vidas nas fábricas. Essa campanha, além de ter conquistado 600 mil votos em todo o país, chegando a mais de 6% em algumas das principais cidades, conquistou deputados estaduais em Córdoba e em Neuquén deputados operários de Zanon, com um programa que tinha como eixo “que os parlamentares recebam um salário igual aos de um operário”.

Entretanto, o regime político reacionário do Brasil não permite que trabalhadores independentes candidatem, impedindo que os sindicatos se expressem politicamente, num partido dos trabalhadores sem patrões e sem burocratas traidores. Pelo contrário, foi um regime montado justamente para impedir que isso aconteça. Os partidos burgueses são dezenas, a maioria de aluguel, enquanto a maioria dos trabalhadores não encontra representação classista, independente dos patrões, visto que o PT e o PCdoB são partidos “da ordem” burguesa, e partidos operários como o PSTU, PCO são ultra-minoritários. O PCB, que ainda se coloca como partido operário, não nega sua tradição conciliadora – fez parte do governo Lula, no início. O PSOL, que conscientemente se diz um partido “amplo”, não revolucionário nem sequer da classe trabalhadora, cada vez mais se mostra um partido que se integra ao regime burguês para defender um programa de conciliação de classes com frações burguesas. Nesse marco, junto com muitos outros trabalhadores e jovens, nós da LER-QI somos impedidos do direito democrático de lançar candidatos e ter uma expressão própria.

Defendemos o voto crítico no PSTU ou no PCO por que defendemos o voto no caráter operário desses partidos, em sua defesa da independência de classe, e não na política concreta que levantam. Por exemplo, o PSTU, que dirige a CSP- por mais que seja opositor ao governo, ã burocracia sindical, termina se adaptando ã pressão aparatista e eleitoralista buscando algum “espaço” institucional não subordinado a uma estratégia de independência política dos trabalhadores e de auto-organização independente. O PSTU nestas eleições em Belém aparece coligado com o PSOL, cujo candidato foi prefeito pelo PT e reprimiu os trabalhadores – denunciado pelo próprio PSTU –, e o PCdoB. Este mesmo partido governista, responsável pelas negociatas com os latifundiários e o agronegócio para a aprovação do nefasto Código Florestal e que em São Paulo, por exemplo, processou a candidata do PSTU (Marisa do Metrô) por denunciar o candidato Netinho por agressão a sua esposa. Fica difícil explicar tamanho malabarismo do PSTU: em São Paulo está “enfrentado” com o PCdoB, em Belém anda de braços dados.

No plano sindical o PSTU também não atua com a firmeza necessária para enfrentar os ataques patronais, como vimos na GM, quando preferiu “pedir” ao governo Dilma uma medida contra as demissões e no fim aceitou um acordo que “empurrou” as demissões para o final do ano, deixando de preparar a luta junto com a campanha salarial de toda a categoria – que agora luta por salário sem levar em conta a ameaça de 1.800 demissões na GM, que obviamente refletirá em todas as fábricas. Ou seja, é uma atuação sindical “economicista” , que não contribui para constituir uma forte vanguarda e camada combativa e classista a partir dos sindicatos da CSP-Conlutas. Na USP, por exemplo, este partido não tem se empenhado com o peso que poderia na luta contra a repressão e em defesa dos estudantes, funcionários e dirigentes do Sintusp processados pelo reitor Rodas. Na campanha eleitoral sequer utiliza o pouco horário que tem nos rádios e na TV para agitar uma campanha nacional contra a repressão aos lutadores sociais, ao direito de greve e as demissões que estão sendo preparadas pela patronal.

O PCO em seu programa eleitoral tem corretamente denunciado o reitor Rodas e os processos contra os estudantes, porém também não atua de maneira consequente para unificar, ampliar e fortalecer uma vanguarda classista, combativa e revolucionária. Ao contrário, com sua postura sectária e ultimatista, prima por atacar os setores antigovernistas e combativos. Se mantém na CUT sem ter qualquer política séria para unificar com a Conlutas e outros setores antigovernistas no combate ao governo, ã patronal e ã burocracia sindical. Atua movido pelos interesses de “crescer” sua própria organização, de costas para as tarefas que a vanguarda precisa resolver para enfrentar a patronal e a crise capitalista.

Considerando o acordo em algumas questões programáticas, fundamentalmente considerando-as defensoras da independência de classe, expressando democraticamente nossas críticas a esses dois partidos, consideramos que @s estudantes, trabalhador@s e ativistas conscientes e combativos devem votar nas candidaturas do PSTU e do PCO, contra os candidatos burgueses e do PT e PCdoB, para que os capitalistas paguem a crise e se fortaleça um polo classista que avance para enfrentar a patronal, o governo e a burocracia sindical (CUT, CTB, Força Sindical etc.) e estudantil (UNE e UBES).

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