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América Latina | Pasos firmes na construção de organizações revolucionárias

LER-QI | Brasil: Grande vitória da Chapa 1 - Sempre na luta!

09/12/2010

Diana Assunção - Diretora eleita para a gestão 2011-2013 do Sintusp e dirigente da LER-QI

Com 76% dos votos válidos a CHAPA 1 Sempre na Luta! Venceu as eleições para a gestão 2011-2013 do Sindicato de Trabalhadores da USP. Este triunfo ocorre num momento em que o Sintusp é brutalmente atacado, portanto a eleição da CHAPA 1 que reúne os setores combativos da categoria significa um voto contra a política da Reitoria e do Governo. A unidade que nós da LER-QI ao lado de trabalhadores e trabalhadoras independentes que conformamos a Corrente Luta de Classes construímos junto ao Coletivo Piqueteiros e Lutadores (hoje direção majoritária do Sintusp) foi baseado em discussões programáticas e em uma forte unidade na ação, combinando um importante setor de militantes históricos da categoria com uma juventude que vem despontando nas últimas lutas e greves. Apesar de mantermos importantes diferenças estratégicas com os companheiros do Coletivo – como a centralidade da classe operária e a necessidade de construção de um partido revolucionário para dirigir a revolução em nosso país –, sob a base da liberdade de tendências esta frente-única tem significado colocar o Sintusp na lista dos sindicatos mais combativos do país, um dos que mais lutou durante estes anos de gradualismo e consumismo do governo Lula.

Isto porque atuamos no movimento operário e sindical, e lutamos para intervir nos Sindicatos como parte de uma estratégia revolucionária. Em nossa época os sindicatos continuam sendo as organizações mais representativas da classe operária, ainda com os limites impostos pela burguesia e pela burocracia sindical, excluindo os terceirizados e temporários. Um dos princípios que motoriza a nossa atuação é justamente romper com o modo petista de militar que se adaptou a esta “legalidade” dos últimos 30 anos de avanço neoliberal, que conseguiu impor uma enorme derrota ã classe operária, fragmentando-a entre efetivos, terceirizados, temporários, desempregados. Nosso grito na USP hoje é: uma só classe, uma só luta! Queremos que este grito ecoe em todos os lugares, já que infelizmente hoje o Sintusp é provavelmente um dos únicos sindicatos no país a levantar o programa de efetivação de todos os trabalhadores terceirizados e temporários sem a necessidade de concurso público, tendo conseguido através desta luta inúmeros aliados incluindo o Juiz do Trabalho Jorge Luiz Souto Maior, um dos intelectuais hoje que mais denuncia o crime da precarização do trabalho.

A construção de um Sindicato que possa fazer a diferença na luta de classes, deve partir deste pressuposto elementar, que é da luta contra o corporativismo, defendendo os setores mais explorados da classe trabalhadora – e por isso também queremos ser parte da luta de todos os trabalhadores que queiram expulsar a burocracia sindical de seus Sindicatos. É neste sentido que reforçamos a decisão estatutária do Sintusp de que além da Diretoria do Sindicato e do próprio Comando de Delegados de Base, os trabalhadores se organizem por locais de trabalho, em comissões próprias e independentes das Diretorias de suas unidades, avançando para a auto-organização da categoria, e desta forma fortalecendo o nosso Sindicato. Durante as greves, por exemplo, elegemos em cada unidade um delegado para compor o Comando de Greve que passa a dirigir todo o processo de luta junto ao Sindicato.

Hoje temos como linha de frente deste processo os trabalhadores da Coseas (Restaurantes, Creches e Serviços) que resistem ã ingerência dos Coordenadores contra a atuação da Comissão Independente de Trabalhadores. Um Sindicato que possa contribuir para que os trabalhadores se organizem desde a base e para que prime o principio da democracia operária é o melhor exemplo que o Sintusp pode deixar como vanguarda do movimento operário no Brasil. Por tudo isso, consideramos um enorme desafio o triunfo que conquistamos através das inúmeras lutas que travamos nos últimos anos. Nos enfrentando com a polícia, organizando piquetes, ocupando a Reitoria, mas também ganhando o apoio da população, buscando aliados entre professores, estudantes e intelectuais, fazendo frente-única com setores progressistas e democráticos da sociedade e denunciando o grotesco projeto de universidade racista e elitista que querem nos impor, foi assim que conquistamos 76% dos votos válidos nestas eleições, e queremos que esta votação se expresse na construção ativa do Sindicato e nas lutas que virão. Nós da Corrente Luta de Classes, que atuamos pela construção de uma corrente revolucionária, consideramos que é possível avançar no classismo deste nosso combativo Sindicato, buscando dar um passo a frente na luta em defesados terceirizados, e se lançar cada vez mais como um Sindicato que coloca sua experiência política, programática e prática a serviço da vanguarda operária, levando estas posições à luta política na CSP-Conlutas e em todos os espaços em que nos for possível atuar, rememorando as melhores tradições do movimento operário internacional que se construiu e se constrói não apenas de lutas sindicais, mas também de lutas políticas e de lutas de estratégias.

Atuaremos, sem dúvidas, de forma apaixonada para fazer reverberar um Sindicato cada vez mais classista e combativo, que se levante diante de cada humilhação e violência que sofre a população – como vemos hoje com o povo do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro -, agindo de forma intransigente contra qualquer tipo de opressão contra os homossexuais, as mulheres e os negros, e contribuindo para ser uma vanguarda que se prepara para tempos mais difíceis diante da crise econômica internacional, que ainda que num governo de “continuidade” do PT, com Dilma Roussef, vai reservar um intenso peso sobre nossas costas, e por isso é preciso se preparar para que sejam os capitalistas que paguem pela crise. Mantendo nosso Sindicato independente do Estado, queremos avançar na organização dos trabalhadores, contribuindo para que cada vez mais trabalhadores se convençam da necessidade que nós apontamos hoje de construir uma ferramenta para terminar com a exploração e a opressão capitalista, lutando pelo socialismo.

Claudionor Brandão, demitido político do governo Serra em 2008 é reeleito como Diretor do Sintusp, demonstrando que a categoria o reconhece como diretor sindical legalmente constituído, se confrontando mais uma vez com a inconstitucionalidade de sua demissão. Pela reintegração imediata de Claudionor Brandão!

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