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México | Entrevista a Simone Ishibashi

Ato no Consulado do México em solidariedade aos 43 estudantes normalistas desaparecidos

22/10/2014

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No dia 22 de outubro ocorreu uma jornada internacional de manifestações, contra o desaparecimento dos estudantes de Guerrero, no México. A principal exigência das mobilizações internacionais é que os 43 estudantes normalistas da escola rural de Ayotzinapa, desaparecidos desde o dia 26 de setembro, reapareçam com vida. O Movimento Nossa Classe que convocou a manifestação, ao lado de representantes do Sintusp, da Juventude ás Ruas, do Professores pela Base da Apeoesp, Conlutas e militantes do Juntos, estiveram em frente do consulado mexicano em São Paulo na manhã de hoje, integrando a jornada de atos. No Brasil também foi realizado um ato no Rio de Janeiro. Uma delegação foi recebida pelo cônsul em São Paulo, e reafirmou o apoio ao movimento mexicano em prol da reaparição com vida dos estudantes.

O desaparecimento dos estudantes mexicanos das escolas rurais gerou uma comoção nacional e internacional, já que tornou clara a associação do governo local de Iguala, com o cartel do narcotráfico local. Os estudantes que viajam de Iguala ã cidade vizinha, foram levados pela polícia e entregues ao narcotráfico. Desde então seu paradeiro é desconhecido. O prefeito José Luiz Abarca Velázquez do PRD está foragido, pois veio ã tona sua ligação com o cartel Guerreros Unidos. Diversas escavações realizadas nas imediações da cidade descobriram covas, com corpos não identificados, que demonstram que o assassinato, seja pelas mãos da polícia, seja pelos membros dos cartéis, é encoberto pelo governo, sendo uma prática comum em Guerrero. O governo federal de Peña Nieto do PRI, por sua vez, se utiliza dessa situação para militarizar o país ainda mais, e reprimir os trabalhadores e a população.

Em resposta, os estudantes e professores da UNAM e de diversas escolas mexicanas estão realizando uma paralisação de 48 horas pelo aparecimento com vida dos estudantes normalistas. A manifestação em São Paulo buscou, portanto, expressar solidariedade ativa não apenas com as famílias dos estudantes desaparecidos, como também em relação ao movimento mexicano que se colocou em luta contra essa política repressiva do governo mexicano.

“Queremos lembrar que no México os trabalhadores, estudantes e setores populares vem há tempos dando exemplos na luta pela Educação pública, gratuita e de qualidade. Aí se deu a emblemática greve da UNAM nos anos 1990, a Comuna de Oaxaca, e agora a luta dos estudantes normalistas. Esse é mais um dos motivos que nos traz aqui hoje, além de expressar nosso repúdio ao desaparecimento covarde dos estudantes, pelo Estado associado ao narcotráfico. Por isso precisamos impulsionar uma forte campanha internacionalista exigindo a reaparição com vida dos 43 estudantes normalistas. É preciso que todas as organizações de esquerda, estudantis, sindicatos, e de direitos humanos organizem ações cada vez mais expressivas”, disse Simone Ishibashi, militante da LER-QI e do Movimento Nossa Classe.

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