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Frente ao acidente da TAM
por : LER-QI, Brasil

24 Jul 2007 |

Novo descaso do Governo Lula e da TAM mata quase 200 pessoas, entre trabalhadores e passageiros

A negligencia do Governo Lula através da Infraero e a Aeronáutica, assim como a desenfreada exploração capitalista das empresas da aviação - sendo a TAM a protagonista de agora - foi a causa da já confirmada morte de no mínimo 200 pessoas após um avião Airbus da empresa ter derrapado da pista do aeroporto de Congonhas em São Paulo e ter atingido o Terminal de Cargas (TECA) compartilhado pela TAM e Gol em frente ao aeroporto. Não se sabe ainda o número exato das vítimas que trabalhavam no TECA no momento (são cerca de 300 funcionários distribuídos em vários turnos, e na hora do choque havia a troca de turno) mas não há mais possibilidades de encontrar vivos entre os 186 passageiros e tripulantes do Avião.

Mais uma vez, foram os trabalhadores e o povo usuário que pagou pela corrida desenfreada dos capitalistas aéreos e seus agentes atrás dos lucros, custem as vidas que custarem. Há tempos, e ainda mais após o agravamento da crise aérea com o recente acidente de um avião da Gol, é denunciado pelos trabalhadores das empresas, por controladores de vôos, sindicatos e até organismos internacionais a precariedade das condições dos aeroportos assim como das condições de trabalho dos funcionários da aviação no país.

Foram para evitar tragédias como essa que centenas de controladores do país se mobilizaram e negavam a trabalhar como forma de se manifestarem e alertar a sociedade, já que como trabalhadores e operadores diretos reconhecem os graves riscos por conta das condições precárias dos equipamentos, sendo logo censurados - e alguns deles presos - pelo governo Lula e pelos velhos militares da FAB.

No caso especifico das condições das pistas de pousos e decolagens do aeroporto de Congonhas, sempre foi consenso entre os controladores da torre de controle e de trabalhadores do meio aeronáutico que a Infraero e as empresas chegaram num arriscado acordo de “reformar” as pistas superficialmente sem interditar o aeroporto, fato que mostra as reais intenções de investimentos do Governo no setor, totalmente alinhado aos interesses lucrativos ininterruptos das empresas aéreas, contra as condições mínimas de trabalho e contra as condições de segurança dos usuários.

E esse choque de interesses fica evidenciado se lembrarmos que este neste mesmo mês, em que o presidente da Gol, Nenê Constantino, é denunciado por fazer parte de esquemas de lavagem de dinheiro e ligação com parlamentares que desviam dinheiro público, a caricata burguesa e ministra do turismo Marta Suplicy do PT, sem vergonha de não ser vítima da crise chegou a propor que os passageiros devem "relaxar e gozar" frente a humilhação da total ausência de suporte do seu governo e das empresas aos usuários que agora devem encarar o direito de voar como uma questão de risco de morte.

É frente a mais esta tragédia que entendemos ser necessário unir os trabalhadores e suas associações e sindicatos para criar imediatamente laços ativos de solidariedade entre os parentes das vítimas dos usuários, dos tripulantes e dos trabalhadores do TECA para que se possa denunciar o Governo e a TAM como os verdadeiros responsáveis pelas mortes e que as autoridades e dirigentes paguem por isso; forjar um comitê popular aberto que possa reunir diversos sindicatos e movimentos sociais que investigue este e os demais acidentes e lute de todas as maneiras para exigir todas as indenizações necessárias aos parentes até a prisão destes dirigentes do capitalismo aéreo por conta das mortes. Essa união independente do governo e da burguesia deveria estar a serviço de chamar a população para discutir desde as causas ã solução do “caos” aéreo; mostrar que a corrida patronal por mais lucros só encontrará solução com medidas radicais organizando também os trabalhadores do setor aéreo por melhores condições de trabalho e contra a repressão aos que lutam. Sem atacar a causa não resolveremos o problema da aviação comercial. Só os trabalhadores podem dar uma saída de fundo para a crise aérea evitando futuras tragédias decorrentes da busca desenfreada de maiores lucros pelos patrões.

Rp trabalhador aéroviário do Terminal de Cargas do Aeroporto de Guarulhos
na construçao do Movimento dos Trabalhadores Classistas e militante da LER-QI

 

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