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Greve dos trabalhadores da Amazon na Alemanha
por : Wladek Flakin

04 Nov 2014 | Durante toda essa semana 2.000 trabalhadores da multinacional Amazon na Alemanha estão em greve. A Amazon é a maior empresa de comércio pela internet nos EUA, na Alemanha e em outros países. Tem nove grandes armazéns com 9.000 trabalhadores de ponta a ponta do país, e cinco estão em greve. O sindicato de serviços ver.di reivindica a aplicação do (...)
Greve dos trabalhadores da Amazon na Alemanha

Durante toda essa semana 2.000 trabalhadores da multinacional Amazon na Alemanha estão em greve. A Amazon é a maior empresa de comércio pela internet nos EUA, na Alemanha e em outros países. Tem nove grandes armazéns com 9.000 trabalhadores de ponta a ponta do país, e cinco estão em greve.

O sindicato de serviços ver.di reivindica a aplicação do contrato coletivo de comércio para todos trabalhadores da Amazon. Este contrato coletivo significaria melhores salários, bônus e férias para os trabalhadores.

A primeira paralisação da Amazon na Alemanha ocorreu em maio de 2013 na pequena cidade de Bad Hersfeld, onde a empresa norteamericana abriu seu primeiro centro logístico no país há 15 anos. A luta já se expandiu a mais quatro sedes (Leipzig, Rheinberg, Graben, Werne) e se prepara uma sexta para antes do natal.
Na quarta-feira, os 500 trabalhadores em greve em Bad Hersfeld saíram em uma manifestação pelas estreitas ruas da pequena cidade medieval.

Também participaram vários trabalhadores com contratos limitados que terminam no dia 31 de dezembro deste ano. “Já sei que vou perder o trabalho, mas pelo menos com a greve posso fazer algo bom para as pessoas que ficam” comentou um jovem trabalhador. “Não é uma questão de salários, mas de ideais” disse outro também com contrato limitado.

Pela primeira vez acontece uma greve de uma semana inteira em cinco filiais de uma vez. A Amazon diz que a greve não tem nenhum efeito na entrega dos produtos. Mas, ainda que normalmente prometa que muitos produtos serão entregues no dia seguinte, com a greve se atrasam os envios dois, três ou mais dias.

A Amazon é uma empresa muito “inovadora” nas relações trabalhistas precárias. Muito trabalhadores têm contratos trabalhistas precários – na filial mais velha em Bad Hersfeld em torno 20%, na filial mais nova em Brieselang até 80% – e vivem com a ameaça permanente de perder seu emprego. Nas semanas anteriores ás festas de natal contratam milhares de terceirizados a mais. A empresa recruta antigos oficiais do exército como supervisores e chefes.

No ano de 2013 houve um escândalo internacional pelo maltrato com trabalhadores terceirizados originários do Estado Espanhol que estavam trabalhando nas semanas anteriores ao Natal na filial de Bad Hersfeld.

Nos últimos tempos, escandaliza o fato de que a Amazon não paga mais de 1% de impostos dos lucros que obtém na Europa. Ao mesmo tempo, a empresa recebeu 14 milhões de euros do governo alemão para abrir filiais nas regiões com alto desemprego.

Da empresa de Graben na Bavária, os trabalhadores foram ã cidade de Munique para protestar diante da sede nacional da Amazon. De Rheinberg e Werne na Renânia do Norte-Westfália, os grevistas foram ã convenção “NEOCOM” para comércio eletrônico, onde estava falando o dirigente da Amazon na Alemanha, Ralf Kleber.
Em todas as manifestações de quarta-feira participaram ativistas solidários.

Nas cidades de Leipzig e Kassel já se estabeleceram comitês de solidariedade que organizam discussões nas universidades. Estudantes e trabalhadores solidários participaram nos piquetes informativos que começaram ás cinco da manhã com temperatura de dois graus.

Ativistas do comitê de solidariedade em Kassel este verão recolheram 1.185 assinaturas de apoio para simbolizar que com o contrato coletivo os trabalhadores receberiam um bônus de Natal de 1.185 euros, enquanto agora a Amazon paga somente 400. Em Berlim e em outras cidades já estão programadas mais iniciativas solidárias, e em duas semanas haverá uma reunião de solidariedade com a greve a nível nacional na cidade de Frankfurt.

A multinacional estadunidense rechaça qualquer negociação com o sindicato sobre um convênio coletivo como uma questão de princípios. Mas vários milhares de trabalhadores vêm lutando há um ano e meio, e para muitos deles se tornou uma questão de princípios também.

A luta certamente será muito longa, mas o aparato do sindicato ver.di – em crise permanente pela perda de afiliados – necessita uma vitória contra a Amazon.
Também há lutas sindicais entre os mais de 100.000 trabalhadores da Amazon nos EUA e na França. A luta nesta pequena cidade no centro da Alemanha tem elementos de um enfrentamento global entre o trabalho e o capital.

 

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