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Guerra civil na Palestina
por : Juan Chingo

20 Jun 2007 | A política imperialista de encurralar o Hamas tem conformado em uma ameaça de guerra civil e em uma derrota militar para o Al Fatah na Faixa de Gaza, o que provoca um alarme a sua sustentação, o Estado Sionista...

A política imperialista de encurralar o Hamas tem conformado em uma ameaça de guerra civil e em uma derrota militar para o Al Fatah na Faixa de Gaza, o que provoca um alarme a sua sustentação, o Estado Sionista.

O enfrentamento entre milicianos do Hamas e Al Fatah que ameaça deixar por terra o Governo de unidade palestina e sumir com a Palestina na guerra civil segue piorando frente aos chamados ã "calma". Militantes do Hamas tem formado um túnel situado debaixo de um quartel das forças de segurança do Al Fatah, matando várias pessoas (13, segundo a agência Reuters) entre funcionários e milicianos do movimento do presidente palestino Mahmud Abbas.

Na quarta-feira, dia 13, ocorreu o episódio mais sangrento nos enfrentamentos entre os partidários do Al Fatah e Hamas, que custou a vida de mais de 60 pessoas nos últimos dias. Os distúrbios ameaçam desatar a guerra civil entre os palestinos, além de colocar em sério perigo o Governo de Unidade estabelecido entre ambas facções. Se teme que os distúrbios da Faixa de Gaza passem ã Cisjordânia, que até agora permaneceu em relativa calma. Nos enfrentamentos resultou a morte de trabalhadores palestinos da ONU, o que fez com que essa organização tenha decidido suspender quase todas suas atividades na zona.

Hamas se apossa da Faixa de Gaza

As milícias do Movimento de Resistência Islà¢mica, Hamas, haviam estabelecido seu controle em toda Faixa de Gaza até o fechamento desse artigo, onde só a capital oferece resistência, uma situação que alarma aos colaboracionistas do Al Fatah e a Israel que tem alertado do perigo que poderia ter um regime islamista na Faixa de Gaza. Os islamistas, melhor adestrados e mais motivados que os efetivos dos organismos de segurança e os milicianos do Al Fatah, completaram nesta madrugada a ocupação dos quarteis generais, estes últimos no norte de Gaza, e agora iriam tomar o controle do centro da capital. Fontes da segurança egípcia tem informado que 40 policiais palestinos pertencentes ao Al Fatah tem pedido asilo ás autoridades da fronteiriço do Rafah (fronteira palestina-egípcia), para fugir do combate que se está livrando na Faixa.

A crise do governo de Unidade Nacional

O Al Fatah decidiu suspender sua participação no Governo de Unidade até que acabem as lutas internas. O Comitê Central do Al Fatah, principal orgão decisório do partido do presidente Mahmud Abbas, resolveu na noite do dia 12 de junho, em uma reunião de urgência, suspender a participação de seus ministros no Executivo que lidera Ismail Haniye, do Hamas, criado em março para prevenir as lutas entre amabas facções palestinas. Por sua vez, o primeiro ministro Haniye havia feito um chamado horas antes ás facções palestinas para que retornassem ã calma, e ã mesa de negociações para acabar com o recente espiral de violência palestina, que tem alcançado nas últimas horas níveis sem precedentes.

Preocupação sionista e implicâncias regionais

O primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, tem expressado sua preocupação pela situação em Gaza e advertiu que "se a faixa terminar caindo nas mãos do Hamas isso terá uma grande repercussão regional". Olmert tem qualificado a situação em Gaza como "preocupante" sobretudo porque mostra uma incapacidade das "forças pragmáticas da Autoridade Nacional Palestina para fazer frente ás forças extremistas" e para deter o tráfico de armas. Israel, explicou que "não pode entrar na Faixa de Gaza para combater os extremistas em nome dos pragmáticos", questão que vindo de Israel é pouco convincente, e que poderia mudar a qualquer momento.

Isto se dá no marco dos fortes enfrentamentos abertos no Líbano que hoje deram um novo salto com o assassinato político de um parlamentário antisírio, e da continuidade da guerra civil iraquiana onde também se produziu um novo atentado na mesquita al-Askariyah, venerada pelos xiitas, a mesma que foi atacada há 16 meses e que havia desatado um espiral de violência que desembocou na atual guerra civil. Esta ação, no meio das negociações entre EUA e Irã para chegar a um entendimento sobre a situação no Iraque, é precisamente uma tentativa de impedir o avanço das mesmas.

A política norte-americana e sionista no Oriente Médio tem desgarrado da região, exacerbando seus enfrentamentos frente ao duplo fracasso deste reacionário na guerra do Iraque ou do exército israelense no Líbano. Impedido por estes fracassos de impor uma relação de forças a seu favor, tem tratado de impedir que outros atores regionais tomem partido, ás vezes com resultados contrários aos desejados como o atual avanço militar do Hamas em Gaza. Sobretudo tem tentado evitar que sua debilidade não seja aproveitada pelo movimento de massas, desgastando suas forças em enfrentamentos reacionários como a maior parte das ações militares no Iraque, salvo a justa resistência iraquiana contra as forças de ocupação anglo-norteamericanas.

É por isso que é uma necessidade cada vez mais imperante expulsar as forças imperialistas do Oriente Médio para impor a única saída progressiva para as massas da região. Frente ã política das direções palestinas, tanto islà¢micas como seculares, que levam a luta pela liberação nacional a uma rua sem saída, os marxistas revolucionários estamos pela destruição do Estado sionista reacionário de Israel e sustentamos que um estado palestino laico, democrático e não racista, só é possível com uma Palestina operária e socialista, onde possam conviver em paz árabes e judeus, em todo o território da Palestina histórica (que inclui tanto o que ocupa atualmente Israel, como Gaza e Cisjordânia), na perspectiva de uma Federação de Repúblicas Socialistas do Oriente Médio.

 

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