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Raiva Operária na Índia
por : Isabel Infanta

07 Dec 2009 | O proletariado hindu tem uma enorme força e está chamado a cumprir um importante papel na região. Demonstra isto quando para uma fábrica q deixa duas multinacionais paradas do outro lado do oceano. Demonstra isto quando une suas fileiras divididas pela patronal, se organiza para lutar e enfrenta a prepotência da patronal. Estes são os primeiros (...)

Durante uma década a Índia gozou de um enorme crescimento erguido sobre um recurso chave e abundante nos paises emergentes: a mão de obra extremamente barata. A crise econômica mundial aprofundou o nível de exploração dos trabalhadores hindus, por exemplo através da inflação, que saltou de 4% a 11% e já comeu o já magro salário do operário. Isto vem gerando uma crescente reação dos trabalhadores de importantes cinturões industriais pelo pais afora.

Segundo o Ministério do Trabalho da Índia, as greves na industria e nos serviços aumentaram 48% em 2008 em relação a 2007. No último ano a tendência parece se manter. No entanto, o fenômeno não começou agora e as reivindicações excedem ã questão salarial e incluem a luta contra a precarização do trabalho e pelo reconhecimento das organizações dos trabalhadores.

Em outubro do ano passado, em Greater Noida, os trabalhadores de uma rodovia do grupo suíço Oerlikon, que vêm lutando desde 2007 pelo aumento salarial, pela sindicalização que já foi rechaçada três vezes e contra o aumento do trabalho por contrato, sofreram suspensões, demissões, provocações, perseguições, repressão e prisões e até a acusação do assassinato de um alto executivo da empresa.

Em setembro deste ano, mais de 3 mil trabalhadores da Rico, uma importante fábrica de auto-peças da Ford e da GM, mantiveram uma heróica greve de 50 dias pelo aumento salarial e a sindicalização dos trabalhadores. Desta vez a brutalidade da patronal cobrou a vida de um jovem trabalhador de 26 anos, provocando a ira de quase 100 mil trabalhadores da zona, que se mobilizaram em um protesto pelo assassinato de seu companheiro, O fim da greve, negociado pelo sindicato, significou, sem duvida alguma, um respiro para a burguesia hindu. O exemplo dos trabalhadores da Rico, que despertou a solidariedade de trabalhadores de 60 fábricas da zona e parou a produção nas plantas norte-americanas e canadenses da Ford e da GM é uma potencialidade explosiva.

Em Maharashtra, os trabalhadores da fábrica de auto-peças Mahindra & Mahindra declararam uma greve de braços caídos em maio deste ano pela recomposição salarial e pela re-incorporação de um dirigente suspenso. A planta de M&M è um exemplo da precarização trabalhista imposta pela patronal: dos 4,450 empregados, 2,750 são contratatados, 1,200 são temporárias e 500 são estagiários.

Em Coimbatore, mais de 3 mil trabalhadores da auto-peças Pricol, a maioria mulheres, lutam desde 2007 contra a precarização do trabalho e pelo reconhecimento de sua filiação sindical. Os trabalhadores ocuparam a fábrica, sofreram repressão, prisão, e demissão. Esta luta despertou grande solidariedade, inclusive 65 mil assinaturas em apoio. Enquanto os trabalhadores seguem lutando pela re-inconrporação de demitidos e contra o congelamento salarial, enfrentam uma dura campanha macartista e cargos pela morte de um diretor.

O proletariado hindu tem uma enorme força e está chamado a cumprir um importante papel na região. Demonstra isto quando para uma fábrica q deixa duas multinacionais paradas do outro lado do oceano. Demonstra isto quando une suas fileiras divididas pela patronal, se organiza para lutar e enfrenta a prepotência da patronal. Estes são os primeiros passos para que os capitalistas paguem pela crise.

 

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