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Abaixo as leis racistas do imperialismo norte-americano
18 Apr 2006 |

Abaixo as leis racistas do imperialismo norte-americano

> Abaixo as leis racistas do imperialismo norte-americano

> Pela unidade da classe operária, todo apoio aos imigrantes nos Estados Unidos

> Fora o imperialismo da América Latina

As mobilizações de mais de um milhão de pessoas nos Estados Unidos, com centro em Los Angeles (Califórnia) colocou em evidência o problema da imigração ilegal. Estas mobilizações, até hoje enormemente controladas, chegaram a desatar uma importante participação de setores juvenis, sobretudo entre os estudantes secundaristas latinos, que contra as ameaças das autoridades marcham espontâneamente contra a reacionária lei HR 4437.
Esta ampla mobilização de latinos, assim como também de asiáticos, tem golpeado nas principais cidades como expressão de um movimento que vem se gestando contra as políticas migratórias reacionárias, e mais em geral contra a opressão que sofrem, não só a comunidade latina, como também a comunidade negra, asiática e árabe (que vem sendo golpeada especialmente desde 2001).

Apesar da enorme presença de trabalhadores imigrantes, ã frente das marchas se encontram líderes religiosos (mayoritariamente da igreja católica), empresários e políticos, sobretudo democratas. O Partido Democrata que nas últimas eleições perdeu peso na comunidade latina porque não apresentava em matéria de imigração (neme m nenhum outro tema) alternativa alguna frente aos republicanos, tem se colocado ã cabeça deste movimento, com a clara intenção deconter o enorme fenômeno que surgiu. Não há que se esquecer que uma das firguras mais destacadas da marcha em Los Angeles foi o próprio prefeito da cidade Antonio Villarraigosa (um democrata em pleno ascenso). Estes dirigentes buscam cortar pela raiz qualquer potencial mobilizador e sobretudo qualquer impacto que possa ter entre a classe operária norte-americana e os milhões de pobres brancos, negros e imigrantes "legais"que vivem nesse país. Seu objetivo de canalizar esta mobilização não é um segredo: levar os milhões que se opõem ã militarização da fronteira e a criminalização dos sem papéis detrás da lei McCain/Kennedy, apoiada pelo mesmo Bush e os patrões.

Durante anos a patronal vem utilizando os imigrantes como mão-de-obra barata, contratando trabalhadores sem directos democráticos nem sindicais, com salários baixíssimos. Nos Estados Unidos vivem mais de doze milhões de trabalhadores sem documentos submetidos ã exploração capitalista e obrigados a viver na sombra da ilegalidade. É esta patronal a que apóia em alto e bom som a lei "alternativa" do Senado, a mesma lei que cinicamente impulsionam os democratas dentro do mesmo movimento, com a ajuda de dirigentes sindicais e figuras da comunidade latina.

O debate sobre a imigração aberto pela aprovação parcial da lei ultra-reacionária HR 4437, que converte em criminosos os trabalhadores e imigrantes e militariza a fronteira com o México, tem desatado a mobilização. O ‘acordo"entre senadores republicanos e democratas, os empresários e até mesmo Bush tenta ser ultilizado para aprovar uma lei cujo único objetivo é legalizar a contratação de mão-de-obra barata e mantém os pilares centrais da política imperialista atual sobre os imigrantes.

O cinismo de Bush, dos democratas e dos empresários não têm limites, hoje enchem a boca falando dos directos daqueles que fogem de seus países de origen justamente por causa dos planos de fome e miséria que o mesmo imperialismo norte-americano impõe na região, e são acatados pelos regimes capachos da América Latina.

Na própria América Latina a política represiva do estado imperialista faz eco nos governos capachos que são cúmplices direta ou indiretamente, seja bloqueando o trânsito de imigrantes, como o governo mexicano que deposita esperanças (e assim grandes expectativas) na lei de Bush, além de freiar a passagem de irmãos centro-americanos por sua fronteira sul, os deportando (após submetê-los a humilhações só comparáveis com as aplicadas pela patrulha de fronteira norte-americana). Enquanto isso, outros capachos não param de agradar o amo norte-americano, permitindo a instalação de tropas (Colombia, Ecuador e Paraguai). Mas a vassalagem mais profunda é sem dúvida a aplicação dos planos econômicos que submetem em nosso continente a milhões na pobreza, enquanto entregam nossos recursos naturais, e se enriquecem fazendo negócios baseados na exploração da "vantagem"da mão-de-obra barata. Neste sentido, os novos tratados de livre comércio, como o CAFTA (na América Central) ou os TLC que impulsionam o imperialismo e os governos capachos, não representam outra coisa que reforçar esta submissão.

Nenhuma das leis em discussão é garantia da legalização, nem outorga aos trabalhadores imigrantes os direitos mais elementares no país regiro pelo nefasto Ato Patriótico, que limita os direitos democráticos do conjunto da população, em especial de seus trabalhadores e dos milhões de imigrantes (ainda os "legais"). A entrada em cena dos imigrantes, que representam um setor superexplorado do movimento operário norte-americano (junto aos trabalhadores negros e as mulheres operárias) pode jogar um papel progressivo na situação atual que atravessa o proletariado de conjunto nos Estados Unidos. Seus setores organizados, que hoje não têm resposta frente aos ataques patronais, encontrarão na mobilização independente dos imigrantes sem documentos um forte aliado na luta contra a mesma patronal e o governo que ataca suas conquistas sob o discurso de um ‘mercado de trabalho competitivo’. Hoje mais do que nunca, as organizações operárias combativas e de esquerda têm que apostar nesta mobilização e na unidade de classe inquebrantável frente ao ataque racista e xenófobo que buscará base entre a classe operária branca que vê dia-a-dia como caem drásticamente suas condições trabalhistas enquanto a grande patronal se enriquece com as vantagens impositivas e as "facilidades" que lhe outorgam o governo republicano e os democratas.

Frente a esta ofensiva sobre os irnãos imigrantes dizemos:

 Abaixo as leis racistas do imperialismo: As leis imperialistas não são alternativa para os trabalhadores. O recente "acordo"que nem sequer conseguiu ser aprovado no Senado como proposta (travado pelos setores mais conservadores) é um novo engano para os milhões de trabalhadores sem documentos. Só gerará novas divisões entre os imigrantes (dividindo-os em categorias de ilegais) e refor;cará a perseguição de todos aqueles que estejam por fora da lei.

 Legalização total de todos os imigrantes que vivem e trabalham nos Estados Unidos. Iguais direitos e igual salário para todos os trabalhadores e trabalhadoras. Unidade da classe operária para enfrentar os ataques patronais, ao mesmo governo que criminaliza e persegue aos trabalhadores sem documentos e que impõe leis anti-operárias, ataca o salário, a assistência médica e as aposentadorias de todos os trabalhadores.

 Não ás políticas de perseguição e de militarização da fronteira.. O conjunto dos trabalhadores deve se opor ã medidas repressivas que hoje afetam aos imigrantes. É necessário enfrentar a propaganda anti-imigrante e a discriminação que tem sido historicamente uma ferramenta dos patrões. Cada trabalhador imigrante perseguido e deportado debilitará a luta da classe operária. Cada medida contrária a leis e práticas discriminatórias fortalecerá o conjunto do proletariado. No caminho de unir a toda a classe operária é necessário terminar com o racismo e a discriminação existente nas próprias fileiras dos trabalhadores. Durante décadas o discurso racista vem impondo divisões étnicas, de gênero, culturais e econômicas. A classe operária norte-americana poderá enfrentar os ataques patronais se destrói estas divisões e enfrenta a seu próprio governo.

 Unidade com os trabalhadores de todo o continente. Os imigrantes que chegam aos Estados Unidos fogem de seus países de origem produto dos planos de fome e miséria impostos pelo imperialismo norte-americano, e inclusive de intervenções políticas e militares. A luta contra os planos imperialistas fortalece a luta dos imigrantes, e um triunfo dos imigrantes no coração dos Estados Unidos seria um duro golpe para aqueles que impõem o saque imperialista de nosso continente.

A partir desta perspectiva, denunciamos a política conciliadora da principal central sindical, AFL-CIO, que durante anos permitiu a contratação de trabalhadores sem nenhum direito e alentou o chovinismo dentro da mesma classe operária. Hoje, a direção dos grandes sindicatos vai atrás dos empresários e dos políticos patronais e apóiam uma lei que legaliza a mão-de-obra barata, e longe de ser uma alternativa, reforçará os abusos patronais sobre os trabalhadores imigrantes e atacarão assim ao conjunto da classe operária. Ao mesmo tempo vem sendo a burocracia sindical a que entrega as conquistas operárias, apesar das novas mostras de disposição á luta como a greve do transporte em Nova York ou na Boeing em 2005.

Hoje mais do que nunca a nova farsa dos políticos patronais que tentarão usar o debate migratório para fazer campanha eleitoral e demagogia sobre a enorme comunidade latina, e ao mesmo tempo seguir semeando divisões entre a classe operária organizada, centralmente entre os setores brancos pobres e negros que vêem nos imigrantes como competidores no mercado de trabalho, devemos impulsionar a mais ampla mobilização da classe operária pela defesa dos tabalhadores sem documentos e pelos direitos de todos os trabalhadores. Os sindicatos que agrupam a grandes setores imigrantes (como o SEIU e o UNITE-HERE, que dizem se opor a criação de trabalhadores de segunda com o programa de vistos temporais) devem impulsioná-la decididamente e retirar seu apoio ao partido democrata e aos empresários.

Como em nosso continente o imperialismo norte-americano tenta impor em todo o mundo seus interesses, utilizando todos os meios disponíveis. Assim mantém há três anos a ocupação militar no Iraque, contra milhões que se mobilizaram ao redor do mundo contra a guerra e inclusive contra milhares que se mobilizaram em seu próprio país. Os trabalhadores e estudantes dos Estados Unidos, onde amplos setores estão exigindo a retirada das tropas do Iraque, devem se mobilizar e apoiar ativamente todos os esforços das massas da região para conseguir o fim da ocupação e a saída imediata das tropas imperialistas, e se solidarizar com os povos do Iraque e de todo Oriente Médio que enfrentam a ofensiva política, militar e diplomática do imperialismo norte-americano.

Os trabalhadores de toda América Latina devemos apoiar e apostar na mais ampla mobilização independente dos imigrantes, em unidade com toda a classe operária norte-americana, na perspectiva de fortalecer nosso aliado estratégico na luta contra a opressão e a exploração imperialista.

A opressão e exploração nos dividem em ambos os lados da fronteira. Só uma perspectiva revolucionária poderá unir os tabalhadores e o povo

 

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