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Em Honduras, os golpistas: Não Passarão!
30 Jul 2009 |

Há quase um mês os golpistas ainda se mantém no poder. Desde o primeiro dia, a juventude dos grupos que compõem a FT-QI, que em vários países impulsiona organizações junto a independentes, gritamos bem forte em todo o mundo: Abaixo o golpe em Honduras! Em Honduras, Não Passarão!
O Golpe em Honduras se dá no contexto de uma crise histórica do capitalismo. Os exploradores tem um objetivo comum: descarregá-la sobre a classe trabalhadora e o povo pobre.

A política de Obama, da OEA e da ONU de impulsionar as negociações busca alcançar um pacto para garantir a estabilidade em Honduras, a impunidade aos golpistas e gerar falsas expectativas em uma saída “acordada” para desmobilizar os setores em luta. Por isso, 6 dos 7 pontos propostos por Oscar Arias implicam enormes concessões aos golpistas, entre eles uma anistia geral que lhes garanta a impunidade e um governo de unidade nacional com eles.

Desde que se deu o golpe, a “ativa” diplomacia brasileira de Lula ficou num silêncio ensurdecedor, assim como o governo chileno encabeçado por Michelle Bachelet. Por sua parte, os presidentes da ALBA, liderados por Hugo Chávez, avalizaram as manobras distracionistas do imperialismo que implicavam legitimar os golpistas. 48 horas depois do golpe, nem o presidente venezuelano nem Evo Morales participaram da Assembléia Geral Estraoridinária do OEA onde se repudiou o golpe. Aquela era uma excelente oportunidade para denunciar o papel do imperialismo ianque como cúmplice do golpe, demonstrando também que não só se nega a retirar seu embaixador, mas que mantém intacta sua base militar em território hondurenho e todas as relações comerciais. Em 5 de julho, quando Zelaya tentou voltar a Tegucigalpa de avião, estes presidentes também não se fizeram presentes em El Salvador, de onde partiu sua nave. Durante as negociações em São José de Costa Rica, ficaram em silêncio e avalizaram – igual a todos os presidentes da América como la presidenta argentina Cristina Fernández – os escandalosos 7 pontos propostos por Arias, que é um títere de Hillary Clinton. Mas, mesmo com todas as concessões, a direita hondurenha, encorajada, até agora não os aceitou.

O golpe em Honduras expressa a reorganização da direita a nível continental que se prepara para enfrentar com todas as suas armas a mobilização operário e popular e garantir a estabilidade no pátio traseiro do imperialismo norte americano. Demonstra a impotência dos governos da ALBA para enfrentá-la seriamente. As direitas representadas pela oligarquia, a Igreja, o imperialismo, os empresários e os militares, as trabalhadoras, os trabalhadores e o povo pobre da América Latina devemos dizer: Não Passarão! O sangue derramado não será negociado!

Frente ao golpe, grande parte do povo trabalhador e pobre de Honduras saiu ás ruas e está enfrentando ativamente os golpistas assassinos. O movimento estudantil saiu à luta e ocupou a Universidade Nacional de Honduras. As “Feministas en Resistencia” se colocaram a cabeça do enfretamento com os golpistas. A resistência ao golpe se mantém, assim como recrudesce a repressão, com centenas de manifestantes presos, perseguições e intimidações.

Na América Latina e no mundo todo: nos mobilizemos massivamente até derrotar os golpistas

Na América Latina sabemos muito bem o que significa um golpe de Estado. Enquanto se desenvolvem as negociações nos escritórios da Costa Rica e de Washington, o povo hondurenho é reprimido pelo exército aliado e treinado pelos ianques. Várias pessoas já foram assassinadas. No sábado, 25 de julho, Pablo Magdiel Muñoz, um jóven manifestante de 23 anos, apareceu assassinado com dezenas de apunhaladas e feridas provocadas pela tortura a que foi submetido.

Os governos “progressistas” da América Latina como os da Venezuela e Bolívia, se negam a chamar a mobilização dos povos do continente para cercar e derrotar os golpistas. É necessário dizer com clareza: a única maneira de apoiar a luta para derrotar verdadeiramente os golpistas e seus planos direitistas, é mobilizando massivamente em todo o mundo contra os usurpadores do poder em Honduras e as negociações que só garantem a impunidade. Todos aqueles dirigente, governantes e políticos que se pronunciaram contra o golpe, devem passar das palavras aos fatos e convocar a mais ampla mobilização continental para derrotar a direita hondurenha. Não há tempo a perder.

Só assim, impulsionando a mobilização operária e popular, junto a todos os setores que se reivindicam democráticos e anti-imperialistas poderemos derrotar os militares, empresários, juízes e bispos que orquestraram o golpe.

Em Honduras: Não Passarão!

O movimento estudantil secundarista, universitário e a juventude trabalhadora está chamado a sair à luta até derrotar o golpe. Nos últimos meses, milhares de estudantes e jovens se mobilizaram em vários pontos do planeta por diversos motivos. No fim de 2008, a juventude grega se enfrentou com os planos do governo antipopular de Karamanlis. O movimento estudantil europeu na Espanha, Itália, Alemanha e França se mobilizaram massivamente contra o Plano Bolonha que busca elitizar e mercantilizar ainda mais a educação e levantando a consigna de “que os capitalistas paguem pela crise”. Os jovens imigrantes das “banlieus” francesas – bairros populares povoados por imigrantes ou descendentes destes - enfrentam os planos xenófobos de Sarkozy. No Brasil, os estudantes da USP, UNESP e UNICAMP protagonizaram uma grande greve junto aos trabalhadores e docentes em defesa dos salários e contra os ataques da reitoria e do governo.

Hoje, a luta para derrotar os golpistas se torna mais que importante. É por isso que fazemos um chamado a todas as organizações políticas e sindicais, em especial as organizações estudantis, feministas e juvenis combativas, a mobilizarem-se junto conosco e a impulsionar uma grande campanha internacional com marchas, declarações, pichações e todo tipo de ações, até derrotar o golpe.

Nesta semana, estaremos nos mobilizando em diversos países como Argentina, México, Chile e Brasil, dizendo que nos colégios, universidades, fábricas e lugares de trabalho de todo o mundo, o movimento estudantil, junto ã juventude explorada e oprimida de todo o continente, temos que colocar-nos de pé para enfrentar nas ruas os golpistas em uma perspectiva anticapitalista e antiimperialista.

 Abaixo o Golpe em Honduras!

 Nenhuma negociação nem concessão aos golpistas assassinos!

 O imperialismo, os empresários, os milicos e a Igreja reacionária pró-golpista, Não Passarão!

 Viva a mobilização operária e popular!

 Viva a solidariedade internacional entre os trabalhadores e os povos do mundo!

 É Hora de lutar, as ruas serão nossas e a vitória também!

 Fora Ianques da América Latina!

ASSINAM:

Brasil

Movimento A Plenos Pulmões (LER-QI e independentes)

estudantes da agrupação de mulheres Pão e Rosas

Argentina

Agrupação estudantil En Clave ROJA (PTS e independentes)

Agrupação juvenil No Pasarán

Agrupação de mulheres Pan y Rosas

Agrupação Contraimagen

Bolivia

Agrupação OCTUBRE

Chile

Agrupação estudantil "Las Armas de la Crítica” (Clase Contra Clase e independentes)

Agrupação de mulheres Pan y Rosas Teresa Flores

México

Agrupação estudantil CONTRACORRIENTE

Juventud Trabajadora Barricada de Ecatepec

Venezuela

Jovens da LTS

Organizações estudantis, juvenis e de mulheres que a FT-QI impulsiona

www.ft-ci.org

29 de julho de 2009

 

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Organizações da FT
A Fração Trotskista-Quarta Internacional está conformada pelo PTS (Partido de los Trabajadores Socialistas) da Argentina, o MTS (Movimiento de Trabajadores Socialistas) do México, a LOR-CI (Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional) da Bolívia, o MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) do Brasil, o PTR-CcC (Partido de Trabajadores Revolucionarios) do Chile, a LTS (Liga de Trabajadores por el Socialismo) da Venezuela, a LRS (Liga de la Revolución Socialista) da Costa Rica, Clase Contra Clase do Estado Espanhol, Grupo RIO, da Alemanha, militantes da FT no Uruguai e Militantes da FT na CCR/Plataforma 3 do NPA da França.

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