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Agrava-se a crise financeira internacional
por : Juan Chingo

10 Nov 2007 |

A economia norte-americana está perante o crash imobiliário mais importante desde a Grande Depressão (1929). É previsível que os defaults [crise de pagamentos] se multipliquem geometricamente para a primavera e o verão do hemisfério norte, e mais ainda. O impacto financeiro disso está sendo agravado. O chefe do Deutsch (anti-spam-(anti-spam-Bank)), Josef Ackermann, alerta que as perdas no setor subprime [crédito duvidoso] cheguem provavelmente a US$ 150 bi ou US$ 250 bi, o triplo do que o banco havia estimado em julho.

Os balanços em vermelho atingiram, como prevíamos, os grandes bancos, com os casos mais notáveis do Merril Lynch e Citigroup, cujos CEOs [principais executivos] renunciaram devido ã derrocada. O Citi nomeou como substituto Robert E. Rubin, secretário do Tesouro dos EUA durante a presidência Clinton. Há rumor, inclusive, de que terminará dividido em várias entidades. O mais importante é que a crise de crédito não apenas se mantém como se agravou como um problema sobre o capital dos bancos.
A economia real, no caso dos EUA, ainda não reflete esta grande deterioração das condições econômicas, como se viu nos últimos indicadores de crescimento. Porém, esses poderiam representar medições antiquadas. A espetacular queda da GM, de US$ 3,9 bi no trimestre passado, fala por si. Além disso os índices de confiança dos consumidores mostram uma queda abrupta para os próximos meses. Não está claro se a Europa e a Ásia poderão ser substituir a economia norte-americana. O Japão, segunda economia do mundo, já está em recessão, com a construção de novas habitações caindo 43% em agosto e 44% em setembro, patamares mais baixos em quatro décadas. O desemprego alcançou 4%, quando em julho era 3,6%.

Na Europa agora há um grande risco de recessão na indústria manufatureira. A produção já caiu na Alemanha e se desacelerou na Holanda, França e Bélgica. Neste contexto, ainda que os mercados emergentes sustentem a economia mundial não será mais que uma tendência passageira, e que não pode durar, indo contra a nova bolha especulativa que está se formando em vários desses mercados depois da primeira redução dos juros do Banco Central norte-americano (FED). A estreiteza do mercado mundial, que se vislumbra, fará com que em algum momento os efeitos da superacumulação, em especial na China, se transformem em fatores imediatos de crise. Em outras palavras, diferente da crise asiática da década passada, neste caso, em relação ã economia mundial a crise financeira internacional gerada nos EUA precede a crise de superprodução que germina lentamente na Ásia, como mostram diversos índices.

Diante dessas perspectivas, o FED poderia continuar baixando as taxas de juros - como em 2001 - em 1% ou mais, para taxas japonesas próximas de zero (esse foi o nível durante a década de 1990, depois da explosão da bolha imobiliária e acionária japonesa, em 1989). Contudo, não pode inundar o mundo de liquidez, como já fez no começo desta década, num momento em que o petróleo se aproxima dos US$ 100 por barril. Tampouco pode atuar de forma unilateral, como no passado, visto que o dólar está chegando a níveis mínimos históricos. As opções do FED diminuem cada vez mais. A crise financeira somente indica que seguirá piorando.

Traduzido por Val Lisboa

 

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