FT-CI

CENTENAS DE MINEIROS MORTOS

Turquia: A culpa é do governo e da exploração patronal

21/05/2014

Turquia: A culpa é do governo e da exploração patronal

Por Baran Serhad e Suphi Toprak (de RIO, Organização Revolucionária Internacionalista, da Alemanha)

Em 13/05, mais de 250 mineiros morreram em Soma, Turquia, na explosão de uma mina, e varias dezenas ficaram gravemente feridos. Há centenas de trabalhador presos a 400 metros abaixo da terra. Pela grande cifra de trabalhadores ilegalizados no setor mineiro turco não há uma número concreto de quantos mineiros seguem presos. Está claro que esta tragédia não é um acidente de trabalho, mas um massacre. O primeiro ministro Erdogan relativizou os mortos como vítimas de um acidente “normal”, chamando a população a rezar e declarando um luto nacional de três dias. Logo que chegou a Soma, seu automóvel foi atacado por manifestantes e teve que se refugiar em um supermercado para fugir dos manifestantes enfurecidos.

A política neoliberal do regime turco tem sua expressão nas condições de trabalho altamente precárias e um amplo setor da mão de obra barata. Pela falta de segurança no trabalho, no ano passado morreram 1200 pessoas em acidentes de trabalho, entre eles nove mineiros de Soma. Uma reclamação dos partidos opositores no parlamento, em abril deste ano, pelas condições de segurança do trabalho em Soma foi rechaçada pelo governo como “injustificada”. A empresa, anteriormente estatal, se tornou cada vez mais hostil aos trabalhadores no marco da nova onda de privatização neoliberal e de precarização. Na mina de Soma existem catorze empresas subcontratadas. Muitos mineiros trabalham para estas empresas recebendo menos que um salário mínimo. Foi encontrado um jovem trabalhador de 15 anos entre os mortos. A Turquia esta em primeiro lugar na Europa com relação as piores condições de trabalho.

Porém tampouco devemos nos enganar e crer que um capitalismo mais “humano” pode oferecer melhores condições aos trabalhadores, sobretudo em um pais semicolonial como a Turquia. Enquanto as condições de trabalho seguirem sendo “um custo” para os capitalistas, morrerão trabalhadores para garantir seus lucros. Somente derrubando o capitalismo é que os trabalhadores poderão ter condições de trabalho realmente dignas e seguras.

Na quarta-feira aconteceram greves universitárias e manifestações contra o governo em várias cidades turcas. A demanda central do movimento de protesto é a renúncia do governo como responsável pelo massacre. As grandes federações sindicais DISK (Confederação dos sindicatos operários revolucionários), Türk-Is (Confederação dos sindicatos operários da Turquia), KESK (Confederação dos trabalhadores públicos), TMMOB (Sindicato de arquitetos e engenheiros) e TTB (Sindicato turco de médicos) chamaram manifestações e na quinta feira 15/05 houve uma greve nacional de 24h. O hipócrita governo turco decidiu por um luto nacional de três dias pelos acontecimentos enquanto suas mãos estão banhadas no sangue de centenas de mineiros.

A crise do regime turco se acentua pela questão social não resolvida, pelos duros conflitos trabalhistas e pelos conflitos na burguesia. Apoiamos o movimento de protestos contra o governo. Mas opinamos que os sindicatos, para além de greves simbólicas de um dia, têm a tarefa de chamar a greve geral política e por tempo indeterminado até que as minas sejam nacionalizadas sobre controle operário, que os ministros e o primeiro ministro responsáveis pelo massacre renunciem. A burocracia sindical desempenhou um papel de freio nas lutas trabalhistas no auge nos últimos meses. Isso significa: as lutas heroicas das massas oprimidas da Turquia, nas ruas e nas fábricas, desde o princípio da rebelião de Gezi, encontraram seus limites porque não houve uma política antiburocrática e revolucionária nos sindicatos, e nem interveio o movimento operário no movimento de massas por cima de acontecimentos isolados.

Pelo contrário, diante da crise do governo cada vez mais impopular por sua política neoliberal, antidemocrática e pró-imperialista, é necessário que o movimento operário se una aos jovens da praça Taksim, com seus próprios métodos de greve, piquetes e ocupações de fábricas, para construir uma alternativa antiburocrática e revolucionária dos trabalhadores que derrube o governo e lute por uma saída operária e popular para a crise.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)