FT-CI

Carta Aberta da FT-CI (Europa)

Solidaridade internacionalista com Oaxaca

08/12/2006

CARTA ABERTA DA FRAÇÃO TROTSKISTA - QUARTA INTERNACIONAL (EUROPA) ÀS ORGANIZAÇÕES DE ESQUERDA EUROPÉIAS E ÀS ORGANIZACIONES COMBATIVAS DA CLASSE OPERáRIA

DEPOIS DO LEVANTAMENTO DA BARRICADA DE CINCO SENHORES E O SILENCIAMENTO DA RáDIO UNIVERSIDAD:

CONSTRUAMOS ATIVAMENTE A SOLIDARIDADE INTERNACIONALISTA COM OAXACA PARA EVITAR UM NOVO MASSACRE!

Com o desmantelamento da famosa barricada de Cinco Senhores ocasionado pela ofensiva das forças repressivas abriu-se o caminho para que a PFP ingressasse a Universidad Benito Juarez com o fim de calar definitivamente a voz da resistência, a Radio Universidad.

Ao ser eliminado o que foi a mais forte defesa do bastião universitário, e ante o perigo de repressão a Radio Universidad deixou de transmitir no dia 30 de novembro pela manhã (hora mexicana).

A situação em Oaxaca num momento crítico

Isto é o resultado da terrível repressão que se abateu sobre o movimento operário e popular oaxaquenho depois da 7ª Megamarcha de 25 de novembro. Apesar da resistência popular, o golpe desferido pelas forças de repressão foi muito duro.

O saldo daquela jornada foi de três mortos, dezenas de feridos e desaparecidos, sem contar os detidos e uma perseguição policíaca-militar sobre a direção e os ativistas da APPO; o que impossibilitou a necessária reorganização massiva da resistência pela virtual clandestinidade ã qual estão forçados os militantes da Comuna de Oaxaca, assim como a avalanche de detenções, e a impunidade com a qual as “caravanas da morte” dos paramilitares percorrem a cidade atemorizando qualquer “suspeito”. Este clima de virtual estado de sítio na capital do Estado e sua periferia fez com que as massas populares oaxaquenhas, que até a 7ª Megamarcha tinham estado no centro da política e da resistência, retrocederam parcialmente, cedendo terreno.

Ao mesmo tempo, a ausência de resposta decisiva em nível nacional por parte da classe operária e dos setores combativos, devido ao imobilismo das direções sindicais que não saíram com sua força a auxiliar o povo oaxaquenho, atuando assim ã imagem e semelhança dos setores vinculados ao PRD de López Obrador, permitiu que o governo federal e estatal pudesse atuar com maior dureza para reprimir. Apesar disso, no sábado 2 de dezembro - em meio ã ofensiva policial - centenas saíram a marchar em várias partes do estado.

Isto não significa que Felipe Calderón, que assume depois das fraudulentas eleições de 2 de julho, não terá que se enfrentar a um panorama nacional marcado pelo descontentamento das massas, a grande polarização social e a oposição do centro-esquerdista PRD. O clima social e político mexicano é sumamente incerto, como o demonstrou a situação oaxaquenha durante seis meses. Não por acaso o novo presidente nomeou na SEGOB (Ministério do Interior) um representante da ala mais direitista de seu partido, o PAN, partidário da mão dura contra os movimentos sociais. Desferindo um duro golpe ã APPO, o governo de Fox antes de ceder o poder a seu cúmplice Calderón, conseguiu ao que parece fechar temporariamente a situação revolucionária aberta em Oaxaca há semanas. Hoje em dia a situação para os militantes mais ativos e expostos (dirigentes operários, estudantes, dirigentes de bairros e colonos em Oaxaca) é muito difícil. Os efetivos das forças repressivas podem os deter a qualquer momento. Nas últimas semanas organismos de defesa dos Direitos Humanos denunciaram que estavam registrando-se claros casos de abusos, tortura e de violações nos centros de detenção.

Fora do México, além de manter informados a todos os que seguem a evolução da Comuna de Oaxaca, a tarefa que temos colocada como militantes internacionalistas é a luta ativa e concreta pela defesa da gestão do povo de Oaxaca com o fim de evitar na medida do possível um novo massacre.

A Comuna de Oaxaca, virtual órgão de poder dos trabalhadores, professores, mulheres, estudantes e camponeses demonstrou durante meses como, nosso classe, pode exercer territorialmente sua hegemonia social, política e militar, pese a suas limitações e debilidades. E indicou uma contra-tendência e uma alternativa ante um futuro que, para a maioria dos mexicanos, é sinônimo de fome, miséria e opressão imperialista impostos mediante os partidos do regime de alternância mexicana. Este é o exemplo que o governo federal e estatal, com o silêncio cúmplice das embaixadas no estrangeiro querem cancelar. O México não só é uma semi-colônia dos EUA, como é também em menor medida da União Européia, o segundo sócio econômico do país. As multinacionais européias desempenharam um papel importante em setores chaves da economia (indústria, turismo e serviços), contribuindo para o saque imperialista de um país do qual Oaxaca figura entre os estados mais pobres.

A Comuna de Oaxaca representa aos olhos de milhões de mexicanos, e mais além das fronteiras do México aos olhos dos explorados e oprimidos do mundo, uma alternativa, então não há lugar a dúvidas de que, no momento mais duro da repressão contra a APPO devemos ser consequentemente solidários com nossos irmãos e irmãs de classe, muitos deles muito jovens que não dão um exemplo de valor e esperança, ás vezes pagando com sua vida e na prisão sua sede de justiça.

É por isso que aqui na Europa temos que defender a APPO e a Comuna de Oaxaca criando comitês de apoio para construir a mobilização solidária mais ampla, com comunicados, manifestações, ações concretas de solidariedade de classe. Começando pelos que nos reivindicamos da revolução operária e socialista internacional, temos que demonstrar junto com todas as organizações democráticas, sindicatos combativos, grupos e correntes implicados na solidariedade internacionalista, que a Comuna de Oaxaca não está isolada.

O EZLN chamou ações de solidariedade internacional para o dia 22/12. Entretanto, o povo de Oaxaca requer solidariedade urgente, a partir de hoje mesmo, para defender sua luta e seus mais de 160 companheiros e organizações solidárias com o EZLN, a intensificar a solidariedade com os companheiros de Oaxaca. Cremos também que é fundamental que nesse movimento internacional de solidariedade participem na linha de frente os sindicatos e organizações operárias. No México, a ação dos trabalhadores junto à luta de todo o povo pode ser decisiva para arrancar os presos da prisão, de igual forma, as greves e mobilizações da classe operária na Europa e nos EUA pode ser uma grande arma para conseguir este objetivo.

Não percamos nem um minuto mais:

 Formar comitês de solidariedade com Oaxaca!
 Alto ã repressão da PFP e das ‘caravanas da morte’ contra o povo de Oaxaca!
 Fora as forças repressivas, abaixo a ocupação militar de Oaxaca!
 Fora Ulises Ruiz!
 Pela suspensão dos processos sobre todos os militantes e ativistas da APPO!
 Aparição com vida dos desaparecidos!
 Liberdade imediata para todos os presos políticos!
 Levar adiante com métodos de classe todas as ações de solidariedade internacionalista necessárias para defender a heróica e gloriosa Comuna de Oaxaca!

03/12/06

Fracción Trotskista-Europa

 Clase Contra Clase (Estado Espanhol)
 Revista Internationale Strategie (Alemanha)
 Cahiers de Stratégie Internationale (França)
 Quaderni Trotzkisti (Itália)

A Fração Trotskista - Europa integra a Fração Trotskista pela Quarta Internacional (FT-QI), composta pelo PTS (Argentina), LOR-CI (Bolivia), LER-QI (Brasil), CCC (Chile), LTS-CC (México) e JIR (Venezuela).

  • TAGS
Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)