FT-CI

Brasil

Sobre a morte de Eduardo Campos

13/08/2014

Sobre a morte de Eduardo Campos

Por redação do jornal Palavra Operária

No dia 13 de agosto, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato ã presidência pelo PSB, morreu em um acidente de avião na cidade de Santos. Frente a sua morte, a imprensa, assim como os políticos que se pronunciaram, buscam vender a imagem de que Campos teve uma carreira política voltada aos interesses do país, como se o Brasil não fosse um país extremamente desigual, com profundas contradições sociais que determinam interesses distintos e que se chocam entre si. Escondem que, num país em que uma pequena minoria de capitalistas detém a maior parte da riqueza ás custas da exploração e da opressão da maioria esmagadora da população, Campos era um defensor dos interesses dessa pequena minoria de capitalistas, destacando-se por ter uma especial relação com setores da burguesia ligados ao agronegócio, conhecidos por seu reacionarismo frente ás demandas democráticas mais elementares dos povos indígenas, dos sem-terra, dos camponeses pobres e dos trabalhadores agrícolas que vivem em condições que lembram a escravidão.

Eduardo Campos buscava projetar-se eleitoralmente como uma “terceira via” que rejeitava a “velha política” abraçada tanto pelo PSDB como pelo PT, mas durante um bom tempo foi parte dessa mesma “velha política” como ministro do governo Lula, a implementou como governador de Pernambuco, e seguia aliado de velhas “raposas” da política como Inocêncio de Oliveira e Severino Cavalcanti, e era parte da casta política que centenas de milhares repudiaram nas ruas em junho de 2013. Governou Pernambuco usando como "modelo" a gestão de Aécio Neves em Minas Gerais, como admitia publicamente, num estado que tem a polícia mais violenta contra os pobres. Apesar vir tentando alavancar sua campanha eleitoral com medidas demagógicas como a proposta de passe livre para a juventude (que na própria capital do Estado que governo abarcava apenas uma restrita parcela dos jovens e ainda ao custo de subsidiar os capitalistas dos transportes com dinheiro público), não escondia de seus interlocutores burgueses a defesa da retirada de direitos trabalhistas para tornar as empresas mais “competitivas”.

Por isso, apesar de compreendermos e respeitarmos a consternação que gera na classe trabalhadora a perda de uma vida humana, denunciamos a hipocrisia dos políticos burgueses e dos capitalistas que passam toda sua vida se digladiando por um botim maior da maquina estatal e competindo por maiores lucros, em relações que oscilam entre o ódio e o pragmatismo, para num momento como esse tentar vestir a auréola de pessoas solidarias. Os desmascara o simples fato de que não se comovem pelos milhares de negros e pobres que morrem todos os dias pelas enchentes, pelas péssimas condições da saúde pública, pelas enchentes ou simplesmente pela fome.

Nesse marco, é lamentável que setores que se dizem de esquerda como a candidata a presidente pelo PSOL, Luciana Genro, ou o candidato a governador em São Paulo pela coligação PSOL-PSTU, Gilberto Maringoni, façam coro com toda essa hipocrisia burguesa.

Só a classe trabalhadora, por não ter nada a perder a não ser os grilhões da exploração e da opressão que vive no dia-a-dia, pode construir relações realmente solidárias, nas quais a perda de uma vida humana, ao mesmo tempo em que provoca o sofrimento dos que com ela se identificavam, encontra continuidade na luta comum por uma sociedade sem exploração nem opressão.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)