FT-CI

Oriente Médio: O My Lai iraquiano?

Iraque: o massacre de Haditha

10/06/2006

A revelação do massacre de Haditha gerou um estado de comoção no cenário internacional. Haditha é um pequeno povoado que concentra núcleos de resistência sunita contra as tropas de ocupação imperialistas. Mas me novembro do ano passado as tropas norte-americanas resolveram fazer uma demonstração de força, e executaram 24 pessoas indefesas num cenário dantesco, no qual entre outros figuram crianças com as cabeças estouradas por balas, um ancião de cadeiras de rodas e até dois passageiros de um táxi que passava pelo lugar. A premeditação dos assassinos não pôde ser escondida com os apenas US$ 2500 que pagaram ás autoridades por cada uma das vítimas com o objetivo de comprar o silêncio. Claro está que não foi um fato isolado. Há apenas poucos dias, as tropas assassinaram uma mulher grávida que tentava chegar ao Hospital de Samarra para dar a luz, enquanto o Pentágono absolvia os quatro marines acusados de encabeçar a matança de Ishaqui, uma aldeia nos arredores de Bagdá, onde resultaram assassinados onze civis, após bombardear a propriedade para apagar todo rastro de evidência. As humilhações e torturas cometidas na prisão e Abu Gharib parecem ser superadas dia após dia pela prepotência criminosa das tropas anglo-norteamericanas. Ainda que a prolongação indefinida da ocupação neocolonial começou a produzir fadiga e desgastes nos 150.000 membros das tropas norte-americanas estacionadas, Bush e os seus decidiram contrapor esta tendência acelerando a rotação de efetivos e recrutando setores dos bandos criminosos mais perigosos dos EUA (Página 12, 04/06/06).

O caráter criminoso dos fatos de Haditha adquiriu tal magnitude que Nuri al Maliki, primeiro-ministro iraquiano declarou que os assassinatos perpetrados contra civis são “um fenômeno cotidiano” pois a vida dos iraquianos “vale menos que as dos cachorros”. Até o próprio Bush se viu obrigado a deixar de lado a retórica da cruzada anti-terrorista, e solicitou ás tropas que respeitem a vida dos civis iraquianos, tanto que afirmou que se abriria uma investigação exaustiva.
Ainda que os 6000 mortos no ataque ã Falujah e o total de mais de 150.000 vítimas registradas sejam cifras assustadoras, o massacre de Haditha é considerável como “crime de guerra” mais grave nos três anos de ocupação militar. Destacados analistas compararam a matança de Haditha com a matança de My Lai, produzida em 1968 durante a guerra do Vietnam quando as tropas norte-americanas mataram mais de 500 camponeses desramados, entre eles anciãos, mulheres, crianças e bebês. Este ato genocida foi encoberto pelo governo norte-americano, particularmente por Colin Powell, ex-secretario de defesa de Bush, que neste então liderava o pelotão de assassinos.

Entretanto, um ano mais tarde a imprensa deu com a verdade. Foi então que a população norte-americana mudou decididamente sua percepção com respeito ã guerra, mobilizando-se nas ruas contra o governo de Nixon e exigindo a retirada das tropas, marcando assim o princípio do fim da intervenção imperialistas no Vietnam. Será Haditha o My Lai iraquiano? Ainda que My Lai tenha provocado uma mudança na opinião pública daquele então, este escândalo se produziu em momentos que a maioria a população estadunidense se opõe a guerra do Iraque, e questiona o governo de Bush. Haditha engrossa a vergonhosa lista de abusos, atropelos e crimes de guerra cometidos pelo imperialismo.

  • TAGS
Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)