FT-CI

Peru

Humala e sua subordinação ao capital

10/12/2011

ABAIXO O ESTADO DE EXCEÇÃO EM CAJAMARCA! ABAIXO A REPRESSÃO! NACIONALIZAÇÃO Já DAS MINAS E DO GáS!

Por Pity Ezra, LOR-CI

Nos poucos meses que vem governando Ollanta Humala no Peru, tem se dado uma série de lutas: Em agosto, 1.134 operários mineiros da empresa Shougang Hierro Peru, iniciaram uma greve indefinida exigindo o nivelamento de seus salários, aumento justo e outras demandas, o mesmo ocorreu com os mineiros de Cerro Verde; no departamento de Puno, Aymaras e Quechuas realizaram uma dura luta contra toda atividade mineira em suas localidades e em defesa de suas terras. Nesses dois últimos meses a situação tem se esquentado ainda mais, pois setores de Ancash, Andahuaylas e Cajamarca, saíram a lutar por uma série de demandas que questionam – uma vez mais – o papel servil que mostra o governo frente ás transnacionais mineradoras e petroleiras.

O que acontece é que no Peru, nesses últimos anos de boom econômico, a extração mineira tem sido a ponta de lança da economia, por exemplo, Perucámaras informou que 32% do total exportado pelas oito regiões do norte e noroeste do Peru foi nada menos em vendas de ouro de US$ 3.120 milhões, sendo as exportações de ouro da zona de Cajamarca 72% das exportações totais dessa zona do país.

Conga, zona mineradora em conflito

O projeto Conga da empresa Yanacocha – Newmont, já tem antecedentes dentre os negócios fraudulentos que os diferentes governos vem estabelecendo a favor das grandes transnacionais. Conga é o resultado que conseguiu em seu favor Yanacocha – Newmont através de um erro do tribunal de justiça contra a empresa francesa Blue Ridge Management Group, durante o governo corrupto de Fujimori e Montesinos, e no que intervieram o embaixador dos Estados Unidos e até a CIA.

As organizações sociais e autoridades regionais e locais tem rechaçado o Projeto Conga porque se localiza na cabeceira de bacias de alta vulnerabilidade, abarca zonas declaradas áreas de conservação e afetaria mais das quatro lagoas consideradas no EIA (Estudos de impacto ambiental) elaborado pela mineradora: que solicitam a retirada de maquinaria do projeto Conga e a inviabilidade do mesmo.

Entretanto, o governo de Ollanta Humala, com discursos desenvolvimentistas e nacionalistas tratou de convencer o povo cajamarquino das bondades dos milhões de dólares que favoreceram os planos do governo de inclusão social advogando assim pelas transnacionais mineradoras.

O povo e os trabalhadores ao não deixarem-se convencer pela demagogia nacionalista do governo tem saído ás ruas para protestar e pedir – através de uma paralisação regional – a retirada definitiva do Projeto Congo e da empresa Yanacocha-Newmont. Frente a estas demandas justas do povo e dos trabalhadores, o governo decidiu aprofundar a repressão ao declarar o estado de emergência em quatro províncias de Cajamarca por 60 dias como medida transitória até “restabelecer a paz e a ordem interna” nesta região do país. Numa mensagem a Nação, Ollanta Humala informou que o estado de emergência regerá nas províncias de Cajamarca Celendín, Hualgayoc e Contumazá a partir das 00.00 horas do dia 5 de dezembro. A decisão se tomou logo que dirigentes de Cajamarca se negaram a levantar o protesto que iniciaram há onze dias contra o projeto Minas Conga e que impede o livre trânsito, assim como os serviços básicos a população.

A CGTP e a esquerda não levantam uma política independente

A central operária CGTP e a esquerda peruana tem se somado aos ventos nacionalistas do governo de Humala. Mario Huamán, burocrata histórico e cabeça da CGTP, ao invés de colocar-se ao lado da luta dos trabalhadores e o povo pobre, tem cumprido um papel de conciliador das lutas dos trabalhadores. A esquerda peruana, ao ocupar cargos políticos, não tem feito outra coisa que colocar-se a serviço da patronal e de apostar pelo governo da “grande transformação”. Hoje pede que se levante o estado de exceção em Cajamarca e se ponha fim ã repressão mas sem romper amarras com o governo de Humala.

Organizações de esquerda peruana entre as que se encontram grupos ligados a correntes internacionais como a UIT ou a LIT-CI denunciam corretamente o caráter repressor e agente das transnacionais de Humala, mas sem fazer nenhuma referência e avaliação autocrítica de ter chamado votos em Humala quando este formou parte dos corpos repressivos na serra peruana e hoje exerce como garantidor dos negócios transnacionais.

Desde a FT-CI, dizemos aos operários, trabalhadores, camponeses, ao povo explorado e setores populares que devemos lutar desde uma política de independência de classes, pela nacionalização sem indenização alguma e pelo controle operário e das comunidades campesinas e indígenas das empresas mineradoras.

07-12-2011

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)