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Frente ás eleições de 25 de janeiro: Com os trabalhadores e o povo grego, contra os capitalistas e a Troika

23/01/2015

Frente ás eleições de 25 de janeiro: Com os trabalhadores e o povo grego, contra os capitalistas e a Troika

A crise econômica pôs sobre uma forte tensão a construção do bloco imperialista da União Européia, dividida entre os países que orbitam em torno da Alemanha e os países periféricos, mais golpeados pela crise. Nestes anos, houve distintas formas de luta e resistência contra os planos de austeridade impostos pela “Troika” (a União Européia [UE], o FMI e o Banco Central Europeu) para salvar os capitalistas europeus ás custas das condições de vida da grande maioria de trabalhadores e jovens.

Neste marco de polarização social e política e de crise dos partidos tradicionais, sejam conservadores ou socialdemocratas, nos últimos anos se fortaleceram partidos de extrema direita, com um discurso xenófobo, anti-imigrante e nacionalista, como o Frente Nacional na França; e também formações ã esquerda da socialdemocracia como Podemos no Estado Espanhol ou Syriza na Grécia.

Os brutais atentados em Paris contra a redação do semanário Charlie Hebdo e um supermercado judeu, fortaleceram o regime republicano imperialista, seu racismo de estado e seus giros repressivos, colocando limite conjuntural ao crescimento de partidos e movimentos de extrema direita, particularmente na França. A marcha republicana e a frente reacionária internacional deram um breve respiro ao projeto europeu em crise, tendo como elemento unificador a ameaça islamista.

Na Grécia, o governo de Antonis Samaras se viu obrigado a convocar eleições antecipadas depois de três tentativas frustradas de fazer o parlamento votar seu candidato ã presidência da república. A coligação governamental do partido conservador Nova Democracia (ND) e os socialistas gregos do PASOK não conseguiu os votos necessários, mostrando a crise dos partidos que historicamente foram os pilares do bipartidismo grego desde o fim da ditadura dos coronéis em 1974.

Todos os prognósticos sinalizam Alexis Tsipras do Syriza como mais provável ganhador das eleições de 25 de Janeiro. As últimas pesquisas reafirmam a vantagem de Syriza sobre ND, o principal partido da coalizão, mesmo que o triunfo do Syriza não esteja garantido; e se ganha, é provável que deva pactuar com outras forças políticas para conformar governo.

Nos últimos anos os trabalhadores e a juventude estudantil e dos bairros populares destacaram uma imensa mobilização, com 32 greves gerais desde 2010, mobilizações, greves parciais, prisões e enfrentamentos com as forças repressivas. O profundo descontentamento popular acelerou a crise do regime político grego, ainda que tenha sido insuficiente para derrotar os governos da austeridade, que aplicaram os planos da Troika.

Neste contexto se dá a emergência do Syriza, que já existe há vários anos, como a principal força política da Grécia. Hoje, a possibilidade de um governo do Syriza gera muitas expectativas em milhões de trabalhadores e setores populares, que o veem como uma possibilidade de colocar um freio aos planos de austeridade e reverter os efeitos profundos da crise social. Syriza desperta ilusões, não somente na Grécia como também em toda a Europa.

Os governos imperialistas pretendem aterrorizar o povo grego

A possibilidade crescente de um governo do Syriza gera uma grande incerteza política nos “mercados”. O FMI e a Troika adiaram o pagamento da quinta parte do resgate até que se forme um novo governo; claramente uma chantagem.

A incerteza cresceu ainda quando os dirigente do Syriza mantêm que não possuem uma linha de ruptura com a UE, e propõem uma reestruturação moderada e negociada da dívida com os credores. O conservador presidente espanhol, Mariano Rajoy, viajou ã Grécia para conceder seu apoio a Samarás, pois o que mais temem é que a vitória do Syriza produza um “efeito contágio” que termine de enterrar o PP e fortaleça as possibilidades eleitorais de Podemos.

Por isso, mesmo Syriza tentando de todas as maneiras aparecer como um “partido responsável”, não demorou a campanha do “medo” dos líderes europeus e dos mercados financeiros.

As declarações do Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, assegurando que “não existe alternativa ás reformas estruturais” se somam as do comissário europeu de Economia, Fazenda e Comércio, Pierre Moscovici, o presidente da França, advertindo que o governo grego deverá “cumprir com seus compromissos”.

Frente ás ameaças, provocações e chantagens por parte dos imperialistas e da burguesia grega, defendemos o direito absoluto dos trabalhadores e do povo grego de votar livremente por quem prefiram e a defender o resultado eleitoral de todas as formas no caso de a direita ou os “mercados” impedirem um governo de Syriza.

Um programa timidamente keynesiano que não pode dar uma resposta profunda aos trabalhadores e ás massas

Sendo assim, e reconhecendo que para milhões de trabalhadores e jovens o voto no Syriza representa a expectativa de frear os planos de austeridade, não acreditamos que o Syriza represente uma saída de fundo para os trabalhadores e os setores populares, nem tenha como objetivo desenvolver a mobilização anticapitalista. Por isso não lhe damos nosso apoio político.

O Syriza tem a intenção de ressuscitar certo tipo de keynesianismo socialdemocrata, o que em um contexto político e econômico de consenso neoliberal quase total pode parecer como uma orientação “radical”.

Assim, seu programa se baseia em negociar com credores uma reestruturação da dívida ou uma moratória da mesma, a impressão de moeda e a nova dívida de curta duração e menos detalhadamente em suas últimas declarações, já que seu programa é um objetivo móvel, conseguir algum investimento estatal para assegurar serviços mínimos como o acesso a saúde pela população mais pobre ou restabelecer a eletricidade nos lares em que esteve cortada por falta de pagamento, uma reforma fiscal moderada e o restabelecimento do salário mínimo de 750 euros, seu nível antes da aplicação dos memorandums.

Ao mesmo tempo, os dirigente e economistas do Syriza insistem em que sua intenção não é “romper com a UE” nem declarar o não pagamento unilateral da dívida. Todos os seus sinais são de conciliação, com suas apresentações na City de Londres, a visita de Tsipras ao monte Athos para pedir apoio ã igreja ortodoxa, a incorporação ao Syriza de ex-membros do PASOK e até da controversa deputada Rachel Makri, que entrou no parlamento pelo partido da direita, Gregos Independentes.

A estratégia do Syriza é limitar cada vez mais seu programa e algumas propostas que sejam “aceitáveis” pelos governos da UE e pelos mercados financeiros, para assim conseguir “um compromisso” que permita “estabilidade política” e “recuperar” a economia grega. Mas por enquanto, apesar de algumas declarações de negociadores europeus ou diplomáticos de Bruxelas que opinam que haverá que negociar com o próximo governo, mas colocando condições, nem a UE nem o FMI nem os credores declararam estar dispostos a nenhum “compromisso” que não seja seguir espoliando o povo e os trabalhadores gregos, como já estão fazendo. Tudo isso pode ser a face dura de uma estratégia de negociação in extremis para arrancar ainda mais concessões de Tsipras, colocando-o frente ao abismo de uma saída desorganizada do euro, com um possível crack da economia grega. Não está descartado neste marco, como já aconteceu com vários governos latino-americanos na década dos 1980 que levantavam um programa de suspenção do pagamento da dívida, moratória ou clube de devedores que o Syriza termine retrocedendo e siga aplicando uma austeridade aggiornada. Inclusive na eventualidade de um “acidente”, isto é, a saída da Grécia do euro, não significará nada de bom para as massas gregas na medida em que o Syriza se nega a colocar em questão o poder econômico dos grandes magnatas gregos, e os laços que os unem ao capitalismo europeu mais forte e a nível internacional.

A política de conciliação de classe do Syriza é um obstáculo para resolver os padecimentos mais urgentes dos trabalhadores e desempregados gregos.

Muitas correntes de esquerda justificam seu apoio ao Syriza dizendo que seu governo poderia dar um impulso ás lutas das massas na Grécia e inclusive na Europa ou que a inflexibilidade da Troika e dos capitalistas gregos poderia levar a tensões na situação até provocar rupturas que seriam proveitosas para as mobilizações da classe trabalhadora grega. Não podemos descartar nenhum cenário. Uma atitude muito hostil da Troika a um governo dirigido pelo Syriza, algum tipo de tentativa de “golpe de mercado” ou ofensiva da burguesia local poderiam desencadear uma resposta popular totalmente legítima, apesar da política conciliadora do Syriza. Neste caso, estaria na ordem do dia a constituição de um frente único das organizações operárias para organizar nas ruas, nas fábricas e locais de trabalho, assim como nas escolas e universidades, a resistência e o respeito ao resultado eleitoral.

Mas hoje parece mais provável outra alternativa: que um governo do Syriza com quase nenhuma “margem de negociação” com a Troika, nem mesmo possa aplicar as reformas prometidas ou que, de toda maneira, se implementam algumas medidas mínimas em um primeiro momento, para logo depois impor um novo modelo de austeridade.

De toda forma, neutralizando a luta da classe operária, fazendo-a acreditar que suas demandas serão solucionadas desde o parlamento e não através das mobilizações. O fracasso de um governo de Tsipras, ou uma traição das suas promessas de campanha, poderia gerar uma onda de desencanto e de desmoralização das classes populares do país.

Neste cenário de desesperança que poderia, inclusive, dar novo impulso a tendências da direita dura ou até mesmo fascistas, já organizadas no Aurora Dourada, que apesar de ter perdido força, se espera que mantenha representação parlamentar. O problema é que o programa de reformas cosméticas e de conciliação com o capital imperialista e a burguesia grega defendido por Tsipras prepara mesmo uma grande decepção para os trabalhadores.

A mobilização das massas não é um eixo para os líderes do Syriza; pelo contrário, sua estratégia reformista se baseia em mostrar uma imagem de seriedade aos mercados e ã Troika.

A possibilidade de um triunfo do Syriza desperta especial expectativa entre as correntes de esquerda reformista européia, como Podemos no Estado Espanhol e outras.

No Estado Espanhol, o Podemos se prepara para um ano eleitoral no qual entrou com força na cena política, e em todos os meios de comunicação se discute a possibilidade de um governo Podemos, em aliança com Izquierda Unida e até com o PSOE.

Na França a vitória de Tsipras pode dar um novo impulso ao Front de Gauche que se encontra em crise há já vários meses. Mas este ressurgimento do projeto Front de Gauche poderia acontecer de maneira muito mais ã direita.

Na semana passada o Syriza concretizou um acordo eleitoral com o partido ecologista grego que mesmo sendo marginal na Grécia, possui laços com o grupo ecologista no parlamento europeu. Este grupo parlamentar está composto por partidos verdes que fazem ou fizeram parte de governos burgueses que aplicam ajustes duros contra as massas. É o caso dos Verdes na França que até pouco tempo governavam com Hollande e recentemente uma de suas principais dirigentes declarou apoiar o Syriza.

O fortalecimento desta “esquerda” de conciliação de classes bloqueia o avanço da classe operária e das massas para uma política independente da burguesia e do imperialismo.

As variantes ã esquerda de Syriza

Na Grécia existe um espaço da esquerda por fora do Syriza, com importante presença nas mobilizações, nas lutas operárias, da juventude e estudantis.
Além de correntes anarquistas, o partido de esquerda mais importante por fora do Syriza é o KKE (Partido Comunista Grego), ao qual algumas pesquisas dão até 6,2% nas eleições. O KKE é um partido de longa tradição stalinista, com grande presença nos sindicatos e na mobilização social. Não obstante, sua política combina o sectarismo tático que se expressa na sua negação em desenvolver uma frente única operária, com o oportunismo estratégico de propor uma saída reformista ã crise, cuja proposta central é a ruptura com o euro e a União Européia num sentido “soberania de esquerda”. Sua política criminosa permite ã direção de Tsipras continuar seu giro ã direita com poucos custos.

Quanto ã posição eleitoral dos grupos e partidos anticapitalistas ã esquerda do Syriza, este ano a coligação de grupos anticapitalistas Antarsya formou uma aliança eleitoral chamada Frente Unida da Esquerda Radical. Nesta aliança está o “Plano B”, partido liderado pelo ex dirigente do Syriza, Alekos Alavanos, quem defende abertamente posições nacionalistas. Sua principal reivindicação é a ruptura com o euro e a volta ã dracma, a velha moeda nacional grega, uma desvalorização da moeda que vê necessária para a “recuperação da economia nacional”.

Mesmo sem romper com esta coligação eleitoral, a ala esquerda de Antarsya formada principalmente pelo SEK (corrente referenciada na International Socialist Tendency liderada pelo SWP britânico) e o grupo OKDE Spartacus (sessão grega do ex Secretariado Unificado da Quarta Internacional, que mantêm posições ã esquerda da direção majoritária) se opõem a esta política.

Mesmo que hoje em dia, dado o grau de consenso que existe entre todas as burguesias da UE, esta reivindicação possa parecer “radical”, e para alguns até mesmo “anti-sistema”, ela não é. De fato, um salto na luta de classes junto com uma forte recaída da crise econômica poderia empurrar a algum setor importante da burguesia a adotar uma alternativa soberana. Neste sentido, as políticas “soberanas de esquerda” poderiam ser uma última opção para alguma variante burguesa ou inclusive imperialista.

O Syriza é parte de uma esquerda “eurófila”, que aspira de maneira utópica a democratizar as relações institucionais da UE, e negociar “em melhores termos” respeitando seus fundamentos, como se fosse possível aspirar a uma “Europa social” sob a ditadura dos grandes bancos e capitais imperialistas.

Ao mesmo tempo em que rejeitamos a política reformista que busca “democratizar” as reacionárias instituições da União Européia, também não nos identificamos com as opções que falam em favor de saídas soberanas que terminam fazendo o jogo de quem busca alianças com setores da burguesia nacional, para “sair do euro” rumo a uma economia capitalista centrada na produção nacional.

As políticas que pretendem aplicar saídas da crise similares ás medidas que foram tomadas na Argentina em 2002, mesmo com o que possuem de “populares”, são igualmente reacionárias, pois aplicam uma desvalorização que fará com que caia ainda mais o nível de vida das massas. E além disso são utópicas, porque não estão dadas as condições excepcionais do caso argentino, onde depois da brutal queda do salário, gozou do impulso do crescimento da economia internacional que permitiu recompor o crescimento da sua economia por um certo período, sem tocar em nada da estrutura semicolonial do país, e que está mostrando seus limites diante da nova fase da crise que tocou os “emergentes”.

Por fora do Syriza e do Antarsya, existem pequenas organizações que se reivindicam trotskistas e que levantam um programa de independência de classe. Estes são o EEK (Partido Revolucionário dos Trabalhadores, integrante da CRCI junto com o Partido Obrero argentino) e OKDE. Entretanto, nestes anos, nem estas organizações, nem as que conformam a ala esquerda de Antarsya, conseguiram apresentar uma alternativa unificada nas eleições que possa influenciar setores significativos dos trabalhadores e da juventude.

Por uma saída operária, anticapitalista e revolucionária

O desemprego supera 27% e afeta mais de 50% dos jovens e mulheres, enquanto a metade da população se encontra abaixo da linha da pobreza. O nível de vida das famílias gregas caiu 40% e a dívida pública representa 175% do PIB.

Nesta situação de catástrofe social, não é possível acabar com os cortes e aumentar o gasto público para investir na saúde, educação e moradia sem deixar de pagar a dívida e tocar nos interesses dos grandes magnatas gregos ligados ao capital financeiro europeu e internacional.

Não é possível terminar com o desemprego massivo sem anular as reformas trabalhistas, repartir as horas de trabalho entre empregados e desempregados e aumentar o salário mínimo de acordo com a renda mínima familiar. É necessário nacionalizar os bancos e as empresas de serviços básicos, as dos setores estratégicos assim como toda fábrica ou empresa que feche ou demita, sem indenização, sob controle dos trabalhadores e usuários, entre outras medidas.

Estas medidas implicam necessariamente em romper com todos os condicionamentos, pactos e “memorandums” da União Européia e da Troika, com todos os “controles orçamentários” impostos pelas reacionárias instituições da UE.

Este programa nunca será aceitável para Juncker, Merkel, o FMI e os capitalistas gregos: somente poderá ser imposto por uma profunda e generalizada mobilização social, retomando as greves gerais, estendendo, coordenando e especialmente aprofundando experiências de autoorganização operária e popular que derrotem e superem as burocracias sindicais das distintas centrais. Os trabalhadores, estudantes e setores populares gregos, desde o primeiro dia de um eventual triunfo do Syriza, deveriam estar nas ruas para através da ação direta conquistar suas demandas, sem esperar nem o mais mínimo do novo governo ou do parlamento, chamando ao apoio e a solidariedade dos trabalhadores e do povo pobre dos países europeus, especialmente dos países do sul da Europa, em defesa dos trabalhadores da Grécia.

Entendemos os milhões de trabalhadores e jovens da Grécia e da Europa que têm expectativas em que uma vitória do Syriza possa mudar o rumo das políticas de austeridade que estão provocando um verdadeiro massacre social por todo o continente.

Mas temos a firme convicção de que a única saída progressista e realista passa pela luta revolucionária contra o capitalismo grego e das distintas potências européias, e pela constituição de um governo dos trabalhadores.

A União Européia é uma conquista reacionária dos banqueiros e dos monopólios, baseada na espoliação imperialista dos povos da África, Ásia, América Latina, e, nas últimas décadas, do Leste Europeu, transformado em quintal dos fundos especialmente do imperialismo alemão, e dos imigrantes e dos trabalhadores em seu próprio território.

É necessário enfrentar os diferentes projetos capitalistas para a crise da União Européia. Tanto a utopia de democratizar a UE que levanta a esquerda reformista, ignorando seu caráter imperialista e reacionário, como a demagogia da extrema direita que agita ódios nacionais com o objetivo de separar a classe operária entre os diferentes países e entre trabalhadores nativos e imigrantes, para deixá-la atada a setores das burguesias nacionais, e também ás falsas alternativas de “patriotismo de esquerda”. Os trabalhadores necessitam um programa independente de toda variante capitalista.

Frente a crise da Europa do capital e seus governos, para superar a fragmentação das fileiras operárias, combater a xenofobia, as políticas anti-imigrantes e ganhar os setores médios pauperizados pela crise, que pelo contrário poderiam se transformar na base social da extrema direita, é necessário colocar esta luta contra os governos, a Troika e as instituições imperialistas da UE, no caminho de impor governos de trabalhadores que lutem pelos Estados Unidos Socialistas da Europa. Esta é a única saída progressista para os trabalhadores de todo o continente.

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