FT-CI

Integração latinoamericana?

Diante da Cúpula em Brasília: Venezuela entra no Mercosul

09/08/2012

Publicado originalmente pelo PTS em 01/08.

A Cúpula do Mercosul realizada nesta segunda feira 30/07 em Brasília encerrou o significativo feito que foi a ratificação da entrada da Venezuela ao bloco regional, ocorrido seis anos após seu pedido de incorporação. A pesar do sinal positivo aprovado pelos parlamentos brasileiro, argentino e uruguaio, a iniciativa havia sido paralisado pelo senado paraguaio, o mesmo senado que depôs o presidente Lugo no golpe de estado de junho deste ano. Foi justamente este fato e a suspensão momentânea do Paraguai do bloco o que permitiu aos demais sócios, a contragolpe, aceitar o pedido da Venezuela. Obviamente não sem controversas.

Relativo fortalecimento político do Mercosul

A administração golpista do Paraguai tem retrucado acusando a manobra de ilegal. Somam-se ã mídia da direita neoliberal do continente, nostálgica da ALCA como projeto econômico para a região. É que estes setores neoliberais e pró-norte-americanos, que buscam tentar desencalhar o bloco Aliança do Pacífico (que inclui México, Colômbia, Peru e Chile) têm agora ã sua frente um Mercosul que tem incorporado uma das mais importantes economias do subcontinente, que está conformado por mais de 80% da economia regional, e que passa a constituir o quinto bloco econômico do planeta.

Chávez: uma conquista política contraditória

A entrada no Mercosul significa para Chávez uma importante conquista política, que tem um valor ainda maior em plena campanha eleitoral em pleno desenvolvimento. A Venezuela de Chávez aparece agora abrigada no bloco liderado pelo Brasil, que atua como potência regional, voltando ao cenário político internacional com grande pompa depois de um período importante de retrocesso e silêncio. Ficou para trás aquele Chávez que na década passada se colocava em disputa pela liderança regional com o Brasil, através de uma posição de maior enfrentamento com o imperialismo norte-americano diante da postura moderada de Lula. Desta maneira, o ingresso da Venezuela ao Mercosul é uma reafirmação da liderança brasileira, a coroação da política de “abraço de urso” impulsionada por Lula e continuada por Dilma.

Novos negócios para a burguesia

Esta incorporação significará a conformação de um mercado ampliado, com novas possibilidades de negócios para as burguesias brasileira e argentina e as transnacionais instaladas nestes países, que têm na Venezuela um país com importantes reservas energéticas e grande vocação importadora devido ao caráter marcadamente primário de sua economia. O que pode ser um ponto de apoio em momentos em que a crise internacional encobria as perspectivas comerciais sul-americanas. É assim que chega Hugo Chávez a Brasília com um contrato de 900 milhões de dólares para comprar da Embraer 20 aviões comerciais. Chega também com a promessa de importantes benefícios energéticos para a Argentina, que importa óleo combustível da Venezuela e tem expectativas no negócio de extração petrolífera na Faixa do Orinoco. Todo um jogo de sedução das burguesias do Cone Sul, que seguramente se verá complementada com uma adaptação de sua política comercial ao capital estrangeiro e outros aspectos de sua legislação aduaneira e comercial ao regime mais “amistoso” entre Brasil e Argentina.

O que significa para os trabalhadores e o povo pobre

Os presidentes reunidos em Brasília têm feito um chamado aos seus empresários para aproveitarem esta grande oportunidade de negócios, colocando-os como atores centrais desta integração, agitando as bandeiras da cooperação e complementaridade produtivas. São os mesmos agentes que exploram dia-a-dia os trabalhadores brasileiros, argentinos, venezuelanos etc. A integração que propõe a burguesia “progre” do Mercosul não é a que necessitamos nós trabalhadores, porque não modificam em nada a política de distribuir migalhas que caiam dos bons negócios burgueses através das “missões” de Chávez, as “bolsas família” de Lula ou as “designações por filho” de Cristina, nem permite enfrentar a dominação imperialista. Por isso, os trabalhadores e o povo pobre têm nas suas mãos a tarefa de forjar uma integração em função da necessidade dos trabalhadores e do povo pobre de uma América Latina Operária e Socialista.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Jornais

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)