FT-CI

Declaração de emergência da FT-QI

Defendamos a Comuna de Oaxaca

29/10/2006

Abaixo a repressão! Fora a PFP e o Exército!

Nas últimas horas se iniciou o operativo contra a comuna oaxaqueña, com a ronda de aviões e helicópteros a Oaxaca e centenas de efetivos da PFP prontos para reprimir, e o governo de Fox lançou um ultimato ã APPO para que desaloje as barricadas. É urgente a solidariedade efetiva dos sindicatos e organizações políticas, sociais e populares para frear os ataques e a repressão do governo e do regime.

Nos últimos cinco meses os trabalhadores e o povo de Oaxaca têm dado um exemplo de como lutar contra os governos dos capitalistas: com centenas de barricadas e a greve de professores, e com o combativo acampamento que mantém do lado de fora do Senado (no DF). É parte destacada disso a greve de fome que mantém 21 companheiras e companheiros, demonstrando sua decisão de ir até o final, e com métodos mais radicais, para impor suas demandas. O governo, o PAN, o PRI e as instituições buscaram acabar com a heróica Comuna oaxaquenha opondo-se a que se vá Ulises Ruiz (URO), já que sua renúncia seria um exemplo a seguir para as massas do México.

Acabar com a luta da APPO e desativar a comuna oaxaquenha não tem sido uma tarefa fácil para os partidos burgueses. O governo e a Secretaría de Gobernación (SEGOB) têm buscado quebrar o movimento mediante a chantagem, provocando a divisão interna entre o magistério e a APPO, com manobras falaciosas na mesa de “negociação” que não resolvem as demandas comuns. Contaram a seu favor com a ação da direção de Rueda Pacheco e setores pactistas e conciliadores da APPO, que alentaram expectativas no pacto com os senadores e o governo e que há semanas pressionaram para que a APPO aceitasse as promessas do governo e retrocedesse em sua luta. Em lugar de impulsionar uma política para desenvolver, ampliar e aprofundar a luta de Oaxaca ao conjunto do estado e do país, apostaram todas suas fichas a que passassem as propostas da SEGOB!

Enquanto isso, URO e seus paramilitares encorajados por esta política, desferiram ontem uma das piores ofensivas sobre o movimento, tirando a vida de um jornalista independente, três companheiros em luta e cinqüenta desaparecidos durante a violenta jornada. Agora Abascal, legitimando-se nos acordos com a direção do magistério, tem chamado a todos “os bandos” a respeitar o “Estado de Direito”, enquanto Fox ordenou o envio da PFP ao estado. Em lugar de declarar que não se deveria regressar ás aulas sem a renúncia de Ulises Ruiz, Rueda Pacheco esteve a favor de uma saída favorável ao governo, e que renega a demanda central do movimento. Há que dizer claramente: Rueda Pacheco traiu a luta da APPO e a resistência heróica daqueles que sustentam as barricadas da comuna de Oaxaca, os mortos que deram a vida por esta luta, e agora Fox, URO e os grupos paramilitares se encorajam para atacar e reprimir a comuna de Oaxaca.

Ao impor-se a entrada da PFP e uma saída “desde cima” ao conflito, o governo que surja será igualmente repressor, continuidade de URO, corrupto e administrador dos capitalistas em Oaxaca. O início da militarização e a política de Abascal apontam para tratar de desmobilizar o movimento e derrota-lo com uma combinação de “diálogo” e repressão. Mas o que sustenta a comuna e a APPO não são os dirigentes conciliadores, senão as bases do magistério, as mulheres, os trabalhadores, os camponeses e indígenas que dia-a-dia têm sustentado as barricadas, ã paralisação dos professores, e ao acampamento. Aí radica a força e a potencialidade das massas oaxaquenhas. Esta força é a que devemos apostar para dar ao movimento uma política alternativa. Ante a situação atual não se pode negociar nada enquanto atacam e assassinam os nossos companheiros e nos põem uma pistola na cabeça: a base da APPO, o magistério, e as organizações devemos nos manifestar por: Não ã negociação enquanto continuarem os ataques e as ameaças de repressão! Assim como exigir a imediata liberdade dos presos políticos, a aparição com vida dos desaparecidos, e impor o castigo aos responsáveis dos ataques contra as barricadas.

Enquanto Gobernación sustenta URO, afirma falsa e hipocritamente que quer o diálogo: Abascal é cúmplice dos ataques, enquanto ordena o início da repressão por parte da PFP. Há que se mobilizar e lutar para que as forças repressivas saiam imediatamente do estado! Fora o exército e a PFP de Oaxaca!

Apesar da enorme disposição das bases do magistério para sustentar a paralisação, a pressão da direção, e os meses de desgaste têm feito com que se imponha o suposto regresso ás aulas. Mas a paralisação, como sabem as centenas de professores que os sustentam e estão em pé de luta, é uma medida de força fundamental e a ponta de lança para que se vá Ulises Ruiz. Não se pode renunciar a ele, estamos com as bases quando dizem: Paralisação magisterial até que caia URO! Ante a iminente repressão que se fecha sobre nossos irmãos oaxaquenhos se faz fundamental a solidariedade de classe. Não basta dar declarações. Até agora os sindicatos que se dizem democráticos e opositores não convocaram a paralisação em solidariedade, nem nenhuma ação contundente. O que esperam os companheiros da direção do SME, a UNT e a CNTE para chamar a paralisação já? Que haja mais irmãos nossos massacrados? Até agora a luta mais importante dos últimos anos ficou isolada em nível nacional. As declarações de Marcos, em apoio a Oaxaca são bem recebidas, mas não chamam a “Otra Campaña” a se mobilizar por Oaxaca. Todas as organizações devemos chamar a mais ampla mobilização, a tomar as ruas em apoio a Oaxaca e evitar que a luta seja derrotada.

Como parte disso, é fundamental a solidariedade e o apoio dos trabalhadores, dos estudantes e dos setores populares em nível internacional. As organizações que a nível internacional nos reclamamos socialistas e revolucionárias, como o PSTU no Brasil, o PO, o MAS e os MST’s na Argentina, o POR e o MST na Bolívia, El Militante e o PRT no Estado Espanhol, a LCR, LO e FLO na França, o SWP na Inglaterra, o PCROL na Itália, entre outros grupos e suas respectivas tendências internacionais, devemos lançar de forma urgente e imediata uma grande campanha contra a política repressiva do governo e em defesa da comuna oaxaquenha, chamando os trabalhadores e os jovens dos distintos países a tomar em suas mãos esta prática internacionalista.

Por um governo da APPO e das organizações em luta

Para retomar o caminho marcado nestes cinco meses, há que lutar por uma política distinta a de Rueda Pacheco e dos setores conciliadores e reformistas, apontando a que a APPO e as bases magisteriais votem democraticamente um programa para levar ao triunfo suas reivindicações e interesses, e uma nova direção ã altura da luta colocada.

É sob esta perspectiva que a partir da LTS-CC e da FT-QI defendemos um programa que passava em primeiro lugar para que se vá URO, e que os trabalhadores e o povo imponham um Governo Provisório da APPO e das demais organizações operárias, camponeses e populares em luta. Para isso, a APPO deveria se converter em um organismo baseado em delegados eleitos nas comunidades, bairros e centros de trabalho de todo o estado, com mandato de base e revogáveis, onde se informe e se decida de forma democrática todos os passos a seguir. E que expresse mediante a voz e o voto aqueles que são “a primeira linha” que evitou a reocupação policíaco-militar: as barricadas e os corpos de autodefesa. Esta era a melhor forma, por outro lado, de evitar a ação dos setores mais pactistas e conciliadores, submetendo todas as decisões ao controle e a discussão democrática da classe operária e dos setores em luta.

A luta de Oaxaca é parte de uma luta nacional contra o governo e as instituições dos capitalistas, até realizar uma greve geral política que dê um golpe decisivo ao atual regime e abra caminho para impor um governo dos trabalhadores, camponeses e indígenas pobres, baseado em seus organismos de democracia direta e na expropriação dos expropriadores, e que inicie a transformação radical e socialista da sociedade. Esta é a primeira batalha e uma das lições a vanguarda operária e popular deve extrair, de que não devemos deixar que a energia das massas seja dilapidada por direções que a levam atrás de uma estratégia reformista e conciliadora, de confiança das instituições do estado burguês. Por isso, a partir da LTS-CC e da FT-QI cremos que há que construir um partido revolucionário dos trabalhadores, baseado nos setores mais conscientes e avançados da classe trabalhadora e da juventude combativa, com uma política e uma estratégia que se prepare para ser uma alternativa de direção nas novas batalhas que se anunciam.

VIVA A COMUNA DE OAXACA!

TODA A SOLIDARIDADE E APOIO INTERNACIONAL

NÃO À ENTREGA DA LUTA DA APPO

NENHUMA NEGOCIAÇÃO ENQUANTO CONTINUAREM OS ATAQUES PARAMILITARES E A REPRESSÃO

PARALISAÇÃO MAGISTERIAL ATÉ QUE CAIA URO

PARALISAÇÃO NACIONAL E MOBILIZAÇÃO EM APOIO À APPO E CONTRA A AMEAÇA DE REPRESSÃO

Fração Trotskista - Quarta Internacional
28/10/06

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