FT-CI

Bolívia

Declaração frente ã crise política nacional

06/10/2005

A falha do Tribunal Constitucional sobre a redistribuição de postos parlamentares, favorecendo prinicipalmente o departamento de Santa Cruz a costa de Potosí, Oruro e La Paz, tem desatado uma nova crise política. Ainda que todos reclamam “consenso” e um ponto de acordo, desde Rodríguez e Tuto Quiroga até Evo Morales, o fato é que a crise ameaça se prolongar e converter-se em um pantâno ainda maior, questionando inclusive a realização das eleições na data prevista.

Em Junho a burguesia conseguiu apartar as massas das ruas, graças ã traição do MAS que apoiou a nomeação de Rodríguez e o adiantamento das eleições gerais. Isto salvou o regime e deu novos ares ã classe dominante. Agora, setores desta buscam a forma de evitar o acesso de Evo Morales ao governo, ou conseguir garantias suplementares - como uma sólida maioria direitista no Parlamento - cado isto chega se dê. Para além dos argumentos jurídicos que os cívicos cruzenhos exibem, este é o conteúdo da nova crise política. Mas a redistribuição de postos sofre resistência por parte não só do MAS, como também de setores das burgursias regionais do ocidente, que não querem perder espaços polítcos.

A burguesia não teme tanto a Evo Morales e García Linera e seus “Diez Medidas” (um programa de colaboração com os empresários, os latifundiários, e as transnacionais em nome da “reinvenção da democracia” e do “capitalismo andino”), mas as expectativas que um governo do MAS pudesse despertar nas massas, protagonistas de inumeráveis lutas e levantamentos, que já não querem esperar pela nacionalização do gás e a expulsão de Aguas de Illimani e outras transnacionais, pela terra, território e o livre cultivo da coca, pelo emprego e o salário.

Por isso alertamos: Rodríguez, o Parlamento, o Tribunal Constitucional, os “cívicos”, a embaixada ianque e outros “fatores de poder”, seguem conspirando contra os tabalhadores e o povo para assegurar um desvio eleitoral o mais favorável possível a seus interesses. Mas não se pode descartar que se a crise se prolonga, setores da direita e do imperialismo comecem a alentar outras variantes, para ganhar tempo prorrogando o atual governo e inclusive, uma eventual “saída de força” - que possa se gestar de dentro ou de fora do governo ou o Parlamento - para “impor ordem”.

Os socialistas revolucionários da LOR-CI temos denunciado em todo momento o caráter de desvio eleitoral - impedir que as massas avancem pelo caminho revolucionário aberto em Outubro e Junho - e a cumplicidade do MAS no mesmo. Temo intervido nos debates da COB lutando por um “instrumento político de independência de classe, baseado nos sindicatos, com democracia operária e com um programa operário e socialista, que utilizara a tribuna eleitoral para unir as forças dos trabalhadores e enfrentar a direita e o reformismo do MAS, possibilidade que se frustrou pela defecção dos dirigentes sindicais. Ante a inexistência de uma alternativa operária independente, chamaríamos a votar em branco ou a abstenção, e seguir a luta pela organização política independente dos trabalhadores em torno de uma saída operária e camponesa ã crise nacional.

Mas sabemos que muitos trabalhadores da cidade e do campo confiam no MAS. Por isso, estamos dispostos a defender em comum os direitos políticos e as legítimas aspirações democráticas do povo trabalhador - como a demanda de uma Assembléia Constituinte livre e soberana - contra todo intento de miná-las ainda mais, ou de burlá-las. Mas lhes dizemos também, não confiem nas negociações do governo e Parlamento, nas que participam a cúpula dirigente do MAS. Não deixemos que sejam a burguesia e seus agentes os que resolvam a crise como lhes convenha. Os tabalhadores, camponeses, povos originários não podem ser simples espectadores e têm que expressar sua própria vontade política.

Por isso chamamos ã COB, CSUTCB, FSTMB, FEJUVE e COR altenhas, federações de cocaleiros, e demais organizações sindicais, populares, originárias, a convocar urgentemente a um grande encontro nacional, para por em pé a Assembléia Popular, composta por delegados de base e com mandato de suas assembléias - retomando a idéia colocada em Junho - para que o movimento operário, camponês e popular defina sua própria posição ante a crise política e trace um plano de luta para impor suas demandas, entre elas, uma assembléia constituinte verdadeiramente livre e soberana, revolucionária e não “consensuada” como quer a burguesia e aceita o MAS, senão derrubando as podres instituições desta “democracia para ricos”, com seu Parlamento e seu Tribunal Constitucional, antros da corrupção e conspiração permanente contra o povo, seu poder executivo advogado das transnacionais, sua justiça defensora da impunidade dos destruidores de fevereiro e outubro. Só um governo operário e camponês baseado nas organizações sindicais e de massas e impostos pela via da mobilização revolucionária poderá garantir a nacionalização do gás, a convocatória de uma Assembléia Constituinte assim, e o conjunto das demandas dos trabalhadores e do povo.

Assembléia Popular para organizar o Plano de Luta que imponha todas as demandas populares! Assembléia Constituinte verdadeiramente livre e soberana! Já!

  • TAGS
Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)