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Chile: O início de um novo caminho

Culmina a greve dos trabalhadores de Codelco

15/08/2007

A greve dos trabalhadores terceirizados de Codelco foi uma greve dura. Estendeu-se por dias por intransigência da gestão e do diretório de Codelco. Foram intransigentes porque só procuraram fazer isolar os trabalhadores em greve, e debilitar a sua nascente organização sindical, a Confederação de Trabalhadores do Cobre. Ou será que se as demandas econômicas dos trabalhadores afetassem o funcionamento econômico da empresa, se alçariam significativamente suas custas? Não.

Então por que essa intransigência? Porque esta greve se converteria em um exemplo para o resto dos trabalhadores do Chile. É por isto então que a classe patronal exigia da gestão e do diretório que derrotassem os trabalhadores em greve, e até o final do conflito, pedia “linha dura” e alegava ser inútil o diálogo. Não o conseguiram. Ainda que os resultados totais sejam mistos, levam o trabalhador a refletir e tirar as suas lições.

O terreno no qual a própria classe patronal colocou greve, acabou afetando a correlação de forças mais geral entre as classes, ao convertê-la em um debate político nacional sobre como negociar os justos direitos e interesses dos trabalhadores, e as mesquinhas pretensões da classe patronal ávida de lucros.

Lutas, preços do cobre e trabalhadores de segunda categoria

A greve nasce da luta dos trabalhadores terceirizados de Codelco no final de 2005, início de 2006, quando reivindicaram, com perspicácia, no marco de uma campanha presidencial, em que podiam comprometer os candidatos patronais da Concertação e inclusive da direita, podendo reconhecer seu aporte fundamental ã exploração do cobre.

Tal reconhecimento era possível: o preço do cobre tinha iniciado a carreira ascendente em seus preços, que ainda não se desfecha, e nada indica que isso ocorra neste momento. Sobretudo caso seja reconhecido aos trabalhadores da fábrica com um bônus. Surpreendentemente, os gerentes e diretores de Codelco se gratificaram a si mesmos com um bônus de 20 milhões de pesos.

Assim, os trabalhadores terceirizados de Codelco começavam a defender que não diferenciassem entre trabalhadores de primeira e de segunda.
Também era possível porque os trabalhadores terceirizados tinham construído sua organização, a Coordenadoria Nacional de Trabalhadores Terceirizados. Reconhecia ã CUT, para não dividir os trabalhadores de fábricas dos trabalhadores externos.

Não obstante, aquela luta se deteve frente ã promessa de que suas demandas fossem atendidas, em mesas de diálogo, e em um desvio parlamentar, ou seja: sair das ruas para que o Parlamento resolva. E o que fez o parlamento? Votou a Lei de Terceirização, que está a serviço de consagrar esta forma de exploração do trabalho, em vez de acabar com ela. Isto foi um triunfo da classe patronal, que a contragolpe se impôs sobre o triunfo dos trabalhadores: pautar na discussão nacional que não devia existir essa discriminação entre trabalhadores de primeira e de segunda, que a classe patronal impôe para aumentar sua exploração e para dividir os trabalhadores, debilitando sua força. Não só não devia existir essa discriminação, como seria possível organizar e unificar os trabalhadores terceirizados, mesmo que pareça difícil e até impossível.

A lei de terceirização: a classe patronal impõe as regras do jogo

A lei de terceirização, com suas regulamentações, resolveria o motor principal da greve dos terceirizados - a discriminação entre trabalhadores de primeira e de segunda - que com a benzina dos altos preços do cobre, e com a inflamada da crescente dificuldade da Concertação para continuar aparecendo falsamente como amigos do povo fazendo com que os trabalhadores esperassem que resolvessem os seus problemas, se clocaria em movimento?
Passaram os meses e não era assim. A lei de terceirização nada resolvia. E o cúmulo, os compromissos assinados por Bachelet (não pelo “governo cidadão”, pois também o candidato da direita teria se comprometido) não eram cumpridas. A greve se anunciava. Os trabalhadores constituíram a Confederação de Trabalhadores do Cobre (CTC), um passo a frente na organização dos trabalhadores terceirizados. Dirigem-na dirigentes sindicais do PC e da Concertação, principalmente.

A resposta ã pergunta é: não, a lei de terceirização não resolveria em nada os problemas fundamentais dos trabalhadores terceirizados. Com o triunfo de contragolpe da classe patronal, consagrando a externalização em sua lei de terceirização, teria imposto as regras do jogo. Os trabalhadores as aceitariam?

A greve: um fato político nacional

Em 25 de junho, os trabalhadores declararam sua greve. O PC colocou seus máximos esforços a serviço de que não se chegasse a esse ponto. Segundo o jornal “El Siglo”, J. Insunza, dirigente do PC, teve reuniões privadas com altos diretores da empresa para comprometê-los com o cumprimento dos compromissos de Bachelet e assim evitar a greve. Não houve êxito. A gestão e o diretório de Codelco, os neoliberais da Concertação, a classe patronal, pretendiam quebrar a organização sindical, a CTC, que poucos días atrás havia se constituído.

Os trabalhadores iniciaram sua greve. Se tratou de um fato político nacional. Porque foi no coração da economia nacional. Os fizeram os trabalhadores que pensavam estar divididos em múltiplas empresas jamais seriam capazes de concentrar suas forças para lutar por seus direitos. Os fizeram os trabalhadores terceirizados, que supostamente não deveriam negociar com a empresa mandante, por algum motivo, a classe patronal os havia distribuído em múltiples empresas: para que tivessem menos força na hora de negociar seus direitos. Foi a primeira vez que se proclamava o chamado a greve geral de toda a empresa por seus trabalhadores terceirizados.

Ainda que se projetasse como greve geral dos trabalhadores terceirizados de Codelco, não chegou a sê-lo. Na Divisão Norte foi escassa sua adesão, como em Ventanas, que foi oscilante. O Tenente, de maior peso político, e Andina, foram ativos mas em se tratando de adesão, díspar. O Salvador, pode-se dizer, esteve à frente, alcançando a paralisação de 100%, conseguindo o apoio do povo de Diego de Almagro e a adesão solidária dos trabalhadores da fábrica.

Por que não se imperou uma efetiva paralisação de 100%? Houve vários motivos. Mas há dois de importância. O primeiro é que a direção da greve, mesmo com toda sua nova combatividade, aceitou as regras do jogo: pedia a “aplicação a todo o custo” da Lei de Terceirização, centrando-se nos bônus e benefícios sociais. As diferenças relativas de condições de trabalho entre os trabalhadores das distintas divisões podiam assim ser utilizados pelos patrões. O que unificava por cima de toda diferença, o que estava como motor da luta - a discriminação entre trabalhadores de primeira e de segunda- permanecia fora de questão. Desde o Classe contra Classe, por isto mesmo, defendemos a necessidade de lutar por um Tarifado Nacional por Ofício, que iguale as condições de salário entre trabalhadores de fábrica e terceirizados, para assim avançar ao ingresso ã fábrica permanente de todos os trabalhadores terceirizados, porque torna desnecessária a terceirização, pondo fim ã esta forma de exploração do trabalho.

A greve com mobilização, que envolve enfrentamentos com os prepotentes Carabineros, medidas de força empurradas pela intransigência patronal, ou seja, o método próprio da classe trabalhadora torna a mostrar sua importância e necessidade. Ainda contra a lei patronal, que a impede de fato.

Neoliberais e anti-neoliberais

A classe patronal pos em movimento todos os seus recursos contra a greve e se manteve intransigente. As mesas de negociação serviam para passar o tempo, esperando o desgaste dos trabalhadores. Sem sucesso. Os trabalhadores tiveram a força para se manterem em luta.

Isto, somado ao fato de a classe patronal e seus políticos estavam divididos. Houve um setor (mais progressista, mais sensível, alguns anti-neoliberais) que se declarou a favor das demandas dos trabalhadores. As Comissões de Trabalho da Câmara de Senadores e Deputados receberam aos dirigentes da CTC, se ofereceram como mediadores, e até como garantia dos futuros acordos.

No parágrafo aparte, vale mencionar que, ainda que nestas Comissões de Trabalho de Senadores e Deputados havia parlamentares da direita, seus dirigentes se pronunciaram sempre contra a greve dos trabalhadores e suas demandas. Disso o trabalhador nunca deve se esquecer. Não é algo de 30 anos atrás, é de agora, continuidade de seu pinochetismo, que prevalece há 30 anos.

Mas essa confiança nos setores mais progressistas, mais sensível, em alguns casos, mais anti-neoliberais, foi o segundo motivo de importância de por que não foi possível paralisar em 100% a produção, e somar mais trabalhadores ativamente ã greve. Assim, o PC em seu jornal El Siglo anunciou e deu espaço em suas páginas a estes setores. Teria que receber estas declarações e aproveitar essas divisôes para manter-se firmes, já que a linha de quebrar a greve não se impunha? Sim, mas não mais que isso. Era essencial exigir que a CUT, que havia convocado una mobilização para o 29 de agosto (dois meses depois de declarada esta transcendental greve!), e que está co-dirigida também pela Concertação e pelo PC, adiantara essa convocatória, chamaram a um Paro Nacional em Solidariedade. Isto projetamos, desde o Classe contra Classe, e ajudaria cem vezes mais que os apoios de políticos patronais anti-neoliberais da Concertação.

Pelo contrário, a direção da greve, do PC, em primeiro lugar, chamou a confiar ativamente nesses setores de políticos patronais. Isto deu um respiro aos neoliberais. O diretor sindical de Codelco, R. Espinoza, presidente da Federação de Trabalhadores do Cobre (FTC), fez declarações contra a greve e seus dirigentes, contribuindo com o trabalho da gestão e da classe patronal de isolar os trabalhadores em greve, desgastá-los, criminalizá-los, etc. Aos poucos, a gestão fez a manobra grosseira de negociar com sindicatos que não estavam em greve, firmando acordos divisionistas. A base desses sindicatos os rechaçou. Mas a mesma Comissão de Trabalho do Senado, que tanto entusiasmo lhes despertou, abalou os acordos divisionistas. A greve se encontrava em um impasse e chegava a uma máxima tensão de forças.

A máxima tensão de forças

Se amarrou um nó: a intransigência patronal não era capaz de fazer com que se isolassem os trabalhadores, a greve não pôde fazer retroceder a gestão e o diretório. Tinha que desfazer esse nó. Clama-se por intensificar as mobilizações.

A combatividade demonstrada pelos trabalhadores em greve, e que inclusive o PC assume, não apontava ã paralisação de 100% da produção. Nesse momento, era preciso assegurar isso. Mais manifestações não seriam o suficiente. Não estava colocado seguir o exemplo de El Salvador, que com os acessos tomados, tinha por dado avançar ã tomada das jazidas orquestrando a paralisação de 100%, e desse modo, demonstrando que só os trabalhadores são os que produzem, que não se justifica o bônus de 20 milhões dos diretores, enquanto os trabalhadores terceirizados, parte essencial da produção, foram empurrados a uma dura greve por negar o inegável: seu aporte fundamental ã extração do cobre e o funcionamento da Codelco?

Nada distoocorreu. Ainda que os trabalhadores começassem a se inquietar, as mobilizações cresciam, a participação em assembléias também estava em ascenso. Nada parecia desgastar a greve. Por sua vez, a classe patronal ameaçava com linha dura e declarava a ruptura de todo diálogo. Parecia una declaração de guerra.

O fracasso do setor progressista e anti-neoliberal dos políticos patronais, não desalentou o PC e a direção da greve. Encontrariam seu aliado progressista em outra instituição: a Igreja Católica. Esta se ofereceu como “facilitadora” do diálogo. Considerou justas as demandas dos trabalhadores, compreendeu que as mobilizações nasciam da iniqüidade em suas condições de trabalho. Com desgosto, os intransigentes da gestão e o diretório, e a própria classe patronal, tiveram que aceitar esta saída a uma greve dura, prolongada, que por 37 dias monopolizou a atenção política e sindical do país.

Resultados mixtos

A greve foi um fato político porque pautou na discussão nacional a discriminação entre trabalhadores de primeira e de segunda, fonte de exploração da classe patronal. Também porque afetou a correlação de forças mais geral entre as classes: porque a negociação dos trabalhadores terceirizados com a empresa mandante, mantendo vivo o debate sobre os alcances da negociação coletiva, trata sobre os termos da negociação dos direitos e interesses da classe trabalhadora, e os interesses mesquinhos dos lucros multimilionários da classe patronal, inaugurando uma nova dinâmica sindical, nova desde o fim da ditadura. O que envolveu elementos de ação direta dos trabalhadores em greve, traspassar a legalidade vigente, fortalecer a organização sindical combativa como ponto de apoio para a unidade das forças operárias. E que colocou - objetivamente - este mecanismo de exploração que caracteriza o neoliberalismo. Se em 2006 o movimento estudantil secundarista colocou em xeque - objetivamente - o neoliberalismo na educação, em 2007 os operários terceirizados de Codelco colocaram em xeque - objetivamente - o neoliberalismo na relação de trabalho.
Mas os resultados foram mistos. Houve importantes avanços: Obtiveram demandas importantes nas quais antes nem se podia pensar, como bônus, ainda que não fosse o que correspondia nem nos termos que correspondia. Também outras demandas, como compromissos salariais e benefícios sociais.

Mas esses avanços tiveram custos altos: a direção do PC e a Concertação, nos acordos, firmaram a aceitação da lei de terceirização. Ou seja: impediram a possibilidade da luta por terminar com a terceirização, com a discriminação entre trabalhadores de primeira e de segunda, apontando mais bem então a “humanizá-la”, a um melhor tratamento por meio de melhorar certas condições e benefícios. Assim, se ajuda a encobrir o questionamento -objetivo- ao neoliberalismo nas relações de trabalho. Em segundo lugar, ainda com uma política sindical combativa, se reafirmou a política do PC de colaboração de classes: não s reciberam a “compreensão” dos setores amistosos com agreve, mas ativamente chamaram a confiar nos setores anti-neoliberales dos políticos patronais, como a Concertação: por isso alentaram a Comissão de Trabalho de Deputados e do Senado, por isso sempre buscaram salvar a pele de Bachelet, dizendo que é enganada pelos “tecnocratas neoliberais”, e por isso reivindicaram a “Igreja operária”.
Assim com esta ajuda, o debate nacional aberto imediatamente com o fim da greve, dá tempo para alcançar os objetivos proclamados pela Igreja: antecipar-se a fazer algo, reformas parciais desde cima, para tratar de conter e evitar que uma nova questão operária se imponha, com os trabalhadores tomando em suas mãos a resolução dos problemas que lhe impõe a classe patronal em suas próprias mãos, abrindo, quiçá, um ciclo de avanço da greve operária e do fortalecimento de suas organizações.

É por isso que devemos tirar todas as lições desta greve, e avançar na luta de Classe contra Classe pela construção de um partido revolucionário de trabalhadores, alternativo ã política de colaboração de classes do PC, ainda com um tipo de sindicalismo combativo, um partido revolucionário de trabalhadores que lute com uma política de classe independente de toda variante patronal, pelos direitos atuais e os interesses históricos da classe trabalhadora.

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