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Fracción Trotskista Cuarta Internacional

A 70 anos do assassinato de Leon Trotsky: realizou-se um grande ato internacionalista em sua homenagem

03/09/2010

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Nesse último domingo, 22 de agosto, milhares de trabalhadores e estudantes lotaram o estádio fechado Racing de Avellaneda no ato convocado pelo PTS e suas organizações irmãs e dirigentes da América Latina e Europa, no 70° aniversário do assassinato de Leon Trotsky. O Ato Internacionalista foi a principal homenagem na América Latina ao revolucionário russo, fundador do Exército Vermelho e das Terceira e Quarta Internacionais.

Em nome do país onde Leon Trotsky ficou exilado, a mexicana Sandra Romero, ex-dirigente do Conselho Geral da Greve universitária da UNAM, atual referência da agrupação Pão e Rosas deste país e que está diretamente envolvida no apoio à luta contra o golpe em Honduras, falou em nome da ampla delegação de trotskistas, que subiram ao palco, dos países da América Latina: Chile, México, Costa Rica, Bolívia, Venezuela, Uruguai e Brasil.

Em seguida, Juan Carlos Beica, da Convergência de Esquerda, transmitiu uma saudação, reivindicando o chamado feito pelo PTS a todas as organizações que reivindicam o legado de Leon Trotsky para fazer um ato comum em sua homenagem.

Logo o ato foi saudado pelo companheiro Stephan, militante do grupo RIO na Alemanha, que anunciou sua intenção de estabelecer um Comitê de Enlace com a corrente internacional que convocava o evento.

Seguiu no uso da palavra Santiago Lupe, do Estado Espanhol, que denunciou como os capitalistas querem descarregar os golpes da crise sobre os trabalhadores, e anunciou a convocação de uma jornada internacional de apoio ã greve geral convocada em seu país para 19 de Setembro.

Depois de uma saudação da companheira Louise, militante da tendência Claire do NPA da França, se destacou a presença do dirigente operário francês da fábrica de televisores Philips e membro da ala dissidente da CGT da França e do Novo Partido Anticapitalista, NPA, Manuel Georget, que falou com um boné de Zanon que mostrou como "um símbolo de uma história de luta". O dirigente da Philips Dreux foi protagonista em 2010 “da primeira experiência de controle operário na França desde os anos 1970", e reafirmou que estão empenhados “na construção de uma tendência no Novo Partido Anticapitalista com o programa da revolução operária e socialista".

Por sua vez, Javier Hermosilla, de Kraft, anunciou que "nos preparamos para um grande encontro nacional em novembro, para discutirmos com os nossos irmãos de Zanon, o setor classista do metrô, com os companheiros ferroviários que estão lutando contra a terceirização, e com tantos outros que somos parte do que é chamado de ´sindicalismo de base` na Argentina”.

Diana Assunção, delegada do Comando de Greve dos trabalhadores da Universidade de São Paulo, integrante da Secretaria de mulheres do Sindicato dos trabalhadores da USP e dirigente da LER-QI do Brasil, falou sobre sua intervenção na grande greve de seu sindicato, que enfrentou não só o governo estadual do PSDB (partido que hoje apresenta Serra para as eleições presidenciais), mas também a política do governo de Lula e do PT de rechaçar as reivindicações dos trabalhadores e descontar os dias de greve, como punição para os trabalhadores.

Raul Godoy de Zanon falou sobre "as lutas da classe trabalhadora na China e no sudeste da Ásia, como a heroica luta das 800 mil trabalhadoras têxteis em greve em Bangladesh, onde existem 4 milhões de trabalhadores têxteis, na sua maioria mulheres, um dos proletariados mais explorados do planeta. Os batalhões de mão de obra barata ameaçam transformar-se, como diria Marx, nos coveiros do capital”.

Um momento muito emocionante foi quando a companheira Elia Espen, Mãe da Praça de Maio, pediu o microfone para anunciar um fato muito importante: a entrega de seu próprio lenço, de mais de 34 anos de luta, a Victoria Moyano, filha de desaparecidos, membro do CeProDH e do PTS, que agradeceu com grande emoção este reconhecimento, tomando-o como um grande compromisso de luta. Convidado a subir no palco, Cachito Fukman, membro da Associação de Ex-presos e Desaparecidos da ditadura, também reivindicou a geração de revolucionários da qual eles fizeram parte.

Depois de assistir e ouvir a uma saudação transmitida do México por Esteban Volkov, neto de Leon Trotsky, o encerramento do Ato no Racing esteve a cargo do dirigente do PTS, Christian Castillo. Ele começou dizendo que prestamos homenagem a um dos grandes revolucionários, juntamente com Lenin, da classe trabalhadora internacional, fazendo um amplo resgate crítico da história do movimento marxista e da classe trabalhadora ao longo do século XX. Ele concluiu dizendo que "A experiência histórica mostra que a classe trabalhadora não vai deixar passar sem luta os novos e renovados ataques do capital, que pretendem fazer com que os trabalhadores paguem os custos da crise. Mas também nos mostra que se não contam com uma direção revolucionária, com um verdadeiro estado maior da classe trabalhadora, a energia das massas se evapora, se a direção está nas mãos daqueles que buscam a reconciliação com o capital. Este é o sentido da construção do partido mundial da revolução social pelo qual Trotsky lutou com a fundação da Quarta Internacional”.

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